Militantes ligados à al-Qaeda capturaram hoje 41 reféns estrangeiros numa unidade da BP, em resposta ao ataque francês aos seus aliados que operam no Mali.
Ao início da tarde, um grupo armado ligado à al-Qaeda do Magrebe Islâmico (Aqmi) atacou a instalação de produção de gás na região de In Amenas na Argélia, perto da fronteira com a Líbia, tendo capturando perto de 400 trabalhadores da unidade nas zonas residenciais.
Segundo um porta-voz da Aqmi, citado pelos media franceses, após interrogatório todos os reféns de nacionalidade argelina e religião muçulmana foram libertos tendo ficado na sua posse "41 detidos ocidentais, entre os quais sete norte-americanos, dois franceses, dois britânicos e dois japoneses". A mesma fonte precisou que cinco dos reféns estão retidos na fábrica, que se encontra agora fortemente minada, enquanto que os outros 36 "estão num local de abrigo".
A agência de notícias argelina APS afirma por seu turno que apenas "pouco mais de 20" ocidentais estão na posse dos insurgentes, enquanto que a televisão pública norueguesa NRK afirma que a petrolífera estatal Statoil diz que cerca de 17 dos seus trabalhadores, 13 dos quais de nacionalidade norueguesa, estavam no local quando este foi ocupado pelos extremistas.
Este ataque surge numa altura em que os militantes islamitas do Sahara juraram vingança contra os interesses ocidentais, depois das suas forças no Norte do Mali terem sido atacadas pela França, que diz ter como objectivo "destruir os terroristas" presentes neste país. Como a maioria dos rebeldes integristas do Mali são de etnia tuaregue - que domina os desertos do Sahara - isto significa que uma região imensa que vai do Senegal à Líbia, passando pelo Níger e a Argélia, se tornou hostil aos interesses ocidentais.
Ao mesmo tempo, e também em retaliação contra a intervenção de Paris no Mali, o grupo islamita da Somália al-Shahab anunciou ter "condenado à morte" o refém francês que tem capturado há vários meses.
Ataques consecutivos
Segundo o ministério do interior argelino, citado pela BBC, às cinco da manhã (hora local) um grupo de três veículos rebeldes atacou um autocarro que transportava trabalhadores para o campo de gás de In Amenas, tendo sido repelido pela escolta do veículo. Durante o recontro, um estrangeiro perdeu a vida e outros dois ficaram feridos, enquanto dois polícias e dois agentes de segurança também sofreram ferimentos. A APS e a Reuters afirmam por seu turno que dois estrangeiros - um britânico e um francês - terão sido mortos.
"Depois desta tentativa falhada, o grupo terrorista dirigiu-se para as unidades residenciais do complexo e capturou vários trabalhadores com nacionalidade estrangeira", disse o ministério.
O Reino Unido já confirmou que "vários cidadãos britânicos" estão envolvidos "num incidente terrorista", enquanto que a Irlanda afirmou que um dos seus cidadãos foi raptado, estando Dublin "pronto a usar todos os recursos que tem disponíveis para garantir" que ele é libertado "o mais rapidamente possível". O grupo japonês JGC Corp. também admitiu que vários cidadãos japoneses foram capturados.
A situação agora é delicada para as autoridades argelinas, uma vez que os militantes ameaçam matar os reféns se o exército os tentar superar.
"Retomar a instalação seria fácil para o exército argelino, mas o resultado dessa operação seria desastroso", disse o porta.-voz da Aqmi.
Fonte: Económico
Fonte: Económico
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