Consultas nos hospitais públicos podem custar o mesmo que nos privados.
O aumento das taxas moderadoras pode levar a uma transferência de doentes dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para os privados, concluem diversos especialistas ouvidos pelo Diário Económico. Isto porque, ir a um hospital privado pode ficar mais barato do que recorrer ao SNS.
A partir de Janeiro, uma ida à urgência vai custar 20 euros. O mesmo preço que a CUF Descobertas cobra por uma urgência a um beneficiário de um seguro de saúde. No caso das consultas, e segundo avançava ontem o Diário de Notícias, num hospital central o preço aumentará para dez euros. Mas se um beneficiário da ADSE optar por uma consulta num grande hospital privado da capital (com acordo com o Estado) não pagará mais de 3,99 euros. Já um utente com seguro de saúde Multicare pagará apenas mais 5 euros por uma consulta de especialidade no Hospital de Lusíadas do que num outro hospital público.
António Serrano, coordenador do PS para a Saúde, acredita que o aumento "brutal" das taxas é uma forma "subliminar de estender a mão aos privados" e acusa o Governo de estar a "desnatar o sector público [da Saúde] para beneficiar o privado". E atira: "Há falta de transparência neste processo".
"Alguns portugueses passarão a fazer contas", diz João Semedo, deputado do Bloco de Esquerda e antigo administrador hospitalar. "Com aumentos tão significativos no público, o Governo está a conduzir a procura dos privados. E se esta não for a intenção é pelo menos a consequência e o Governo não desconhece isto", diz Semedo.
Fonte: Economico
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