Muitas subidas são provocadas pelo agravamento do IVA, mas outras resultam da actualização dos preços à taxa de inflação.
Os portugueses não vão ter vida fácil em 2012. A juntar ao aumento de impostos em 2012, aos cortes médios de 5% nos salários dos funcionários públicos, à perda dos subsídios de Natal e de férias dos pensionistas e funcionários do Estado e ao aumento em meia hora do horário de trabalho no sector privado, os portugueses vão ser confrontados com um aumento generalizado dos preços.
O mais significativo resulta da alteração das taxas de IVA cobradas na maior parte dos produtos. O agravamento da restauração para 23% foi talvez a decisão que mais polémica gerou, já que é um sector que emprega milhares de pessoas e há receios de falências em massa, mas muitos alimentos também sofrem um agravamento fiscal, nomeadamente as compotas e geleias, as conservas de produtos hortícolas ou os alimentos congelados, como as pizzas. Em termos de IVA, o Executivo ainda voltou atrás ao permitir que os bilhetes de cinema ou de outros espectáculos culturais ficassem com uma taxa de 13% e não de 23%. Já o futebol ficou na taxa normal.
Mas no dia-a-dia, os portugueses vão sofrer mais agravamentos seja da renda da casa, das tarifas de transportes, da electricidade (que além da subida este ano vai ter novas tarifas em 2012), das portagens, das taxas moderadoras e, muito provavelmente, do café e do pão.RENDAS (3,9%)
O valor das rendas vai aumentar 3,19% no próximo ano. Nos dois últimos anos, o valor esteve quase congelado, pelo que esta é a maior subida dos últimos cinco. A variação é calculada com base no valor da inflação dos últimos meses mas sem ter em conta os preços da habitação.
TELEMÓVEIS (3,1%/aumento médio)
As três operadoras móveis voltam a actualizar os tarifários a partir de Janeiro, numa subida média de 3,1%, que corresponde ao ajustamento à inflação. Mas a introdução dos novos tarifários difere. A Optimus aplica os novos preços a 1 de Janeiro, enquanto a TMN só o faz a partir de dia 2 e a Vodafone deixa a mudança para 10 de Janeiro.
TRANSPORTES
Em Agosto, as tarifas de transporte público tiveram um aumento médio na ordem dos 15%. Mas, em Janeiro, vão ser novamente actualizadas. Neste momento não existem ainda valores, pois ainda está em estudo a revisão da estrutura tarifária e a prestação de serviços das empresas do SEE.
PROPINAS
Ainda não é possível saber qual será o aumento praticado nas propinas no próximo ano, já que a fórmula de cálculo implica saber o valor médio da taxa de inflação em 2011. Mas o Executivo está a contar com o aumento, já que inscreveu no OE/12 um aumento de 65 milhões de euros na receita global das propinas e este valor só é parcialmente justificado pelo aumento de alunos.
PÃO
As panificadoras não querem entrar numa guerra de preços, mas perante o persistente aumento das matérias-primas esse será o destino mais provável. Já no Verão o secretário de Estado da Agricultura avançava com essa probabilidade, tendo em conta o agravamento de 65% nos preços dos cereais. Além disso, algumas matérias-primas usadas viram o IVA ser agravado de 13% para 23%.
CAFÉ (Aumento do IVA para 23%)
A Nutricafés confirmou ao Económico que vai repercutir nos preços da bica o agravamento do IVA em dez pontos percentuais. A esta decisão acresce ainda o facto de a matéria-prima estar mais cara e da marca já ter evitado, este ano, passar para o cliente final esse aumento. Mas com a persistente subida, nomeadamente do café arábica, provavelmente todas as marcas aumentarão os preços em 2012.
ELECTRICIDADE (4%/Aumento para os consumidores domésticos)
O aumento de 4% no preço da electricidade deverá corresponder a mais 1,75 euros numa factura de 50 euros, já com o IVA actualizado para 23%, o que abrange a maioria dos consumidores domésticos (cerca de 4,7 milhões). Na tarifa social, o aumento será de 2,3% para os cerca de 666 mil consumidores.
RESTAURAÇÃO (Aumento do IVA para 23%)
Foi uma das medidas mais polémicas. O Governo alterou as tabelas do IVA, aumentando assim o imposto de alguns produtos. A restauração foi das mais afectadas, passou de 13% para 23%. O sector tentou pressionar, alertando para as falências e o desemprego que a medida vai gerar, mas o Governo não recuou.
TABACO (50%/Imposto especial sobre o consumo)
Até agora, o tabaco era sujeito a um imposto especial sobre o consumo de 45%, mas com o novo Orçamento do Estado esse valor aumenta para 50%. Charutos e cigarrilhas vão ter um aumento de 15% face a 2011, enquanto o tabaco de enrolar tem um agravamento de 61,4%.
Fonte: Económico
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