O protesto "15 de Outubro, a Democracia sai à rua!" começou com um desfile entre o Marquês de Pombal e São Bento (Lisboa), seguido de protestos junto à AR, cujas escadas foram evacuadas pelo corpo de intervenção. A acção termina com uma vigília.
02:05 - Os manifestantes concentrados desde sábado ao final do dia em frente à Assembleia da República aprovaram a realização de uma nova Assembleia Popular para hoje às 19:00.
De acordo com a porta-voz do Movimento 12M, uma das signatárias do manifesto do protesto realizado sábado por todo o país, Paula Gil, a realização da nova Assembleia foi aprovada durante a Assembleia Popular que marcou o final da manifestação que se iniciou às 15:00 de sábado no Marquês de Pombal.
23:02 - Dois manifestantes foram detidos no sábado à noite em frente à Assembleia da República, em Lisboa, onde várias centenas de pessoas se concentraram após a manifestação de "indignados", por resistência e coação às autoridades, disse hoje a polícia.
De acordo com o responsável pelo destacamento policial presente na manifestação, o intendente Luís Elias, um rapaz e uma rapariga com cerca de 20 anos foram detidos no sábado, por volta das 22:00, "por resistência e coação a agente da autoridade na sequência da linha de ordem pública feita para reocupar o espaço".
As autoridades, em coordenação com os organizadores do protesto, pediram para os manifestantes abandonarem as escadarias do Parlamento. Os dois detidos devem comparecer na segunda-feira no Tribunal de Pequena Instância. Poucos minutos depois da uma da manhã de hoje ainda permaneciam no local cerca de uma centena de manifestantes.
23:30 - Elementos do corpo de intervenção da Unidade Especial de Polícia evacuou as escadas da Assembleia da Republica, onde alguns manifestantes do movimento "Indignados" insistiam em permanecer após uma jornada de luta.
Ao que o DN pôde observar, não houve conflitos de maior, uma vez que a maioria dos manifestantes não mostrou grande resistência. Apenas uma pessoa terá sido detida (o homem que está na foto), mas esta informação não está confirmada.
20:07 - A presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, disponibilizou-se para receber as propostas que os manifestantes concentrados hoje em frente ao Parlamento lhe queiram fazer chegar, disse um dos oradores que discursou no final da manifestação.
"Um senhor que esteve aqui e disse falar em nome da presidente da AR disse que ela estava disposta a receber todas as propostas que lhe queiram fazer chegar", afirmou o orador, que considerou esta iniciativa como uma das "vitórias" resultante desta concentração, realizada no âmbito do movimento global dos indignados.
Apesar de os discursos ainda prosseguirem, a desmobilização começou a notar-se por volta das 19:00, e meia hora depois, pouco mais do espaço frente à Assembleia da República continuava ocupado.
Apesar disso, o forte dispositivo policial continuava no local.
Este episódio ocorreu depois de ter sido atirado um ovo contra a escadaria da Assembleia da República e de os elementos policiais terem tentado deter quem fez o arremesso. Entretanto, os ânimos acalmaram e iniciou-se uma sucessão de discursos de membros da organização da manifestação.
Entre as palavras de orem gritadas pelos manifestantes ouviu-se: "25 de Abril sempre, fascismo nunca mais".
Foi preciso esperar pelo início da marcha para ver as centenas de manifestantes transformarem-se em milhares, vindos das sombras frescas da Avenida da Liberdade e do Parque Eduardo VII. Do protesto do 12 de Março ao de hoje a organização da iniciativa diz que nada se alterou no combate à precariedade, ao desemprego, à corrupção, entre outras exigências que querem ver traduzidas em mais e melhor democracia. "Cresceram [as razões de protesto], então esta semana com a apresentação do novo Orçamento do Estado, o pico do icebergue", declarou à Lusa, Paula Gil, da organização do protesto, que não deixou de referir os cortes dos subsídios de férias e Natal.
De novo, este protesto terá uma 'assembleia popular' no final, da qual se espera que saiam contributos para uma solução para a crise. E é em frente à AR que os manifestantes vão parar para lembrar aos governantes que são apenas representantes. "Penso que chega uma altura em que começarmos a ouvir a voz de todas as pessoas que saem à rua. A soberania é do povo, e o Governo não se pode esquecer disso", disse. Paula Gil disse ainda que o movimento dos 'indignados' está disponível para se juntar aos sindicatos numa greve geral, se esta se concretizar. 'FMI e troika fora daqui', apelos à luta, insultos aos responsáveis políticos são alguns exemplos do que as pessoas tinham para dizer esta tarde, quer fosse gritando ou empunhando cartazes, uns muito elaborados, outros tão improvisados como uma frase escrita numa folha de papel A4.
Joana Saraiva, não precária, apenas solidária, não deixou de levar o seu. "Juntei-me ao protesto porque acho que é altura de fazermos alguma coisa para recuperar a dignidade que nos querem tirar. Acho que os direitos conseguidos ao longo de tanto tempo e que tanto nos custaram a adquirir não podem agora ser postos em causa por causa de uma dívida que não é nossa e que não temos que pagar", afirmou. Joana Saraiva estava confiante que com os protestos de hoje, em Portugal e no resto do mundo, nascia uma "consciência cívica" que faria "de cada cidadão um político", porque, garante, "é altura de tomarmos o nosso destino nas nossas mãos". João Gomes, reformado, diz que não tem quase nada. Para dar ao protesto tinha apenas raiva.
"Trabalhei 44 anos e hoje passo fome", disse, acusando "este Governo e os outros" de o terem roubado. "A minha mulher ganha 246 euros de reforma. É tudo, é gás, é electricidade, é água, os medicamentos, é tudo. Tudo isso me revolta", desabafou. Muito barulho, muito rufar de tambores, até de tambores improvisados em garrafões de plástico. Uma gaita de foles isolada, uma "orquestra" de metais. Ruidosa, a coluna de manifestantes seguia caminho. Pelo meio havia um sector para os professores. Algumas dezenas em representação dos quase 40 mil que este ano não tiveram colocação nas escolas. Miguel Reis era um exemplo, quase um 'estereótipo' de uma geração. Jovem, precário, desempregado, revoltado.
"Estou aqui pela situação em que estou, professor desempregado e sempre numa situação precária sem qualquer perspectiva de estabilidade. Acho que com todos estes anúncios do Governo, o 13º e o 14º mês, mesmo que consiga colocação, é mais um roubo. Espero que cada vez mais gente venha para a rua e que a pressão das pessoas faça os Governos mudarem as suas posições", disse. De Sydney a Nova Deli, de Lisboa a Nova Iorque, 951 cidades de 82 países serão hoje palco de manifestações e de outras acções de protesto para reclamar uma mudança global democrática e contestar o poder financeiro.
"À semelhança de hoje, a concentração partirá do Marquês de Pombal às 15:00. Um outro orador afirmou, referindo-se ao conjunto de manifestações que decorrem em Portugal, que "estão mais de cem mil pessoas na rua".
Os organizadores da manifestação e a polícia têm-se escusado a avançar estimativas quanto ao número de participantes.
19:17 -O secretário-geral do PCP manifestou compreensão pelos "profundos sentimentos de indignação e protesto" dos cidadãos que hoje se manifestam e apelou para a convergência das "lutas que estão em curso".
"Olhamos para estas manifestações com um sentido de perceção dos sentimentos prevalecentes e fazemos votos para que elas convirjam com outras lutas que estão em curso, designadamente a semana que vem, de luta, da CGTP", afirmou Jerónimo de Sousa.
O líder comunista falava no final de uma reunião de quadros do PCP na Casa do Alentejo, em Lisboa, depois de ter sido questionado pelos jornalistas sobre a posição do seu partido relativamente ao "Movimento dos Indignados", uma jornada global de protesto que hoje tem lugar.
Jerónimo de Sousa, que não marca presença nesta iniciativa, considerou que o atual momento nacional e tambem internacional é "muito perigoso" e "profundamente flagelador dos povos" mas, simultaneamente, "potenciador da resistência e da luta dos trabalhadores e dos povos que não aceitam pagar uma fatura para a qual não contribuíram e muito menos pagar para os principais responsáveis pela crise".
"Esta coisa do comer e calar, de baixar os braços, de assistir passivamente à destruição de vidas naturalmente tem de ter uma resposta e no nosso entender tem de ser uma resposta de luta", reforçou.
A manifestação que está hoje a decorrer em Lisboa chegou em frente à Assembleia da República cerca das 16:45, uma hora e meia depois de se ter iniciado na rotunda do Marquês de Pombal.
Os vários milhares de manifestantes vão agora ficar concentrados em frente ao Parlamento, onde por volta das 19:00 se vai realizar uma assembleia popular, para debater a realização de uma "auditoria cidadã" às contas públicas do país.
Ao longo dos quase dois quilómetros de desfile, os manifestantes gritaram palavras de ordem contra o FMI, a "troika" e o Governo português.
A jornada global para reclamar uma mudança democrática e contestar o poder financeiro realiza-se em 951 cidades de 82 países.
18:39 - Um ovo atirado contra a escadaria da Assembleia da República originou um situação de tensão entre os manifestantes quando a polícia foi deter a pessoa que terá feito o arremesso.
Os ânimos exaltaram-se várias dezenas de elementos do corpo de intervenção da PSP formaram um cordão ao cimo da escadaria da Assembleia.
18:11 -Os milhares de manifestantes que estão concentrados em frente ao Parlamento quiseram dar um toque de revolução ao protesto ao gritarem "o povo unido jamais será vencido" e ao entoarem a Grândola Vila Morena.
Enquanto aguardam o início da "Assembleia Popular" - entretanto antecipada para as 18:00 - vários milhares de manifestantes, que continuam a desfilar em Lisboa para se juntarem em frente ao Parlamento, gritam constantemente palavras de ordem como "A rua é nossa, a rua é nossa, 'troika' não, 'troika' não".
Entre os muitos cartazes e faixas exibidas, pode ler-se "Ai Portugal, Portugal, de que é que estás à espera?", numa alusão às revoluções ocorridas no Egito, na Tunísia e na Líbia.
Nem a polícia nem a organização quiseram até esta hora indicar uma estimativa do número de participantes na manifestação.
O espaço entre a Avenida D. Carlos e a rua de São Bento em frente do Parlamento encontra-se repleto de pessoas.
17:16: - A manifestação que está hoje a decorrer em Lisboa chegou em frente à Assembleia da República cerca das 16:45, uma hora e meia depois de se ter iniciado na rotunda do Marquês de Pombal.
Os vários milhares de manifestantes vão agora ficar concentrados em frente ao Parlamento, onde por volta das 19:00 se vai realizar uma assembleia popular, para debater a realização de uma "auditoria cidadã" às contas públicas do país.
Ao longo dos quase dois quilómetros de desfile, os manifestantes gritaram palavras de ordem contra o FMI, a 'troika', e o Governo português.
O protesto tem estado a ser acompanhado por um discreto contingente policial, que ao longo do percurso apenas se fez notar nos cruzamentos onde impediu a circulação automóvel para a passagem da manifestação.
As estátuas dos leões em frente à Assembleia da República, pintadas com tinta vermelha durante a noite passada, já se encontravam limpas quando o desfile chegou ao Parlamento.
16:40 - A polícia e a organização nada adiantaram ainda sobre o número de participantes que integram a manifestação que está a decorrer hoje à tarde em Lisboa, no âmbito da jornada global do "movimento dos indignados".
Contudo, cerca das 16:00, mais de meia hora depois do início da marcha, ainda continuavam a partir pessoas do Marquês de Pombal, onde começou o desfile, enquanto a cabeça da manifestação chegava já ao Largo do Rato, a cerca de um quilómetro de distância.
O oficial da PSP que coordena o dispositivo policial que acompanha a manifestação disse à Lusa que a polícia está a ter uma "presença meramente preventiva", escusando-se a avançar o número de elementos que integram a operação.
"País precário saiu do armário", "Quem deve aqui dinheiro é o banqueiro" e "Passos e Cavaco vão ver se chove, não queremos voltar ao século XIX" são algumas das palavras de ordem gritadas pelos participantes na manifestação.
15:59 - "Fora, fora daqui, a fome, a miséria e o FMI" é uma das palavras de ordem gritadas no início da manifestação de "indignados", que partiu do Marquês de Pombal, em Lisboa, rumo a São Bento, cerca das 15:20.
O líder do MRPP, Garcia Pereira, e a realizadora de cinema Raquel Freire são duas das pessoas que encabeçam a manifestação, atrás de faixas onde se lê "Não somos mercadorias nas mãos dos banqueiros" e "A nossa luta é internacional".
Em Lisboa, o protesto intitulado "15 de Outubro, a Democracia sai à rua!" começa com um desfile entre o Marquês de Pombal e São Bento, sendo depois organizada uma assembleia popular em frente ao Parlamento. A acção termina com a realização de uma vigília.
Sete meses depois de uma das maiores manifestações realizadas nas últimas décadas em Portugal, a contestação à situação económica do país levou à convocação para hoje, pelos movimentos sociais, de outro protesto de rua "apartidário" em Lisboa.
A organização, que envolve três dezenas de movimentos e organizações sociais e não integra partidos nem sindicatos, escusa avançar estimativas da adesão ao desfile que ligará o Marquês de Pombal e o Parlamento nem aceita comparações com a marcha em que desceram a Avenida da Liberdade, a 12 de março passado, mais de 200 mil pessoas.
Democracia participativa, iniciativa legislativa do cidadão e transparência são os três vetores principais em que apostam os organizadores, que vão promover uma assembleia popular junto ao Parlamento, a partir das 19:00, onde entre outros assuntos, vão discutir uma proposta de "auditoria cidadã" à dívida pública.
Fonte: DN.PT
Fonte: DN.PT
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