
Angélico Vieira conduzia a grande velocidade. Antes do despiste fatal, não saltou uma roda nem rebentou qualquer pneu do BMW.
Os resultados preliminares da investigação da GNR ao acidente fatal da madrugada de sábado, ao quilómetro 258 da A1, sentido norte-sul, zona de Estarreja, apontam para um claro excesso de velocidade por parte do condutor, Angélico Vieira, seguramente muito acima dos 120 km/h permitidos por lei. E é já garantido que não saltou qualquer roda do BMW 635 em andamento, antes da violenta colisão num rail, nem houve rebentamento de nenhum dos pneus, ao contrário do que tem sido afirmado desde o dia a seguir à tragédia.
Nesse aspecto, a investigação chegou a conclusões quase imediatas – pelas marcas que são deixadas no solo pela borracha dos pneus. E no que diz respeito à velocidade em excesso, possível causa do despiste, os militares da GNR no Núcleo de Investigação Criminal de Acidentes de Viação (NICAV) do Destacamento de Trânsito da GNR de São João da Madeira ainda não avançam no inquérito judicial com valores seguros, mas pelas marcas deixadas no solo pela travagem já têm dados que permitem apontar para uma clara infracção da lei.
Angélico, o cantor de 28 anos que morreu – tal como um dos quatro ocupantes, estando uma rapariga de 17 anos ainda internada em estado grave – conduzia muito acima dos 120 km/h permitidos em auto-estrada.
Faltam no entanto ainda realizar algumas perícias para estimar um valor da velocidade com maior rigor, apesar de haver sempre uma margem de erro. Entretanto, das análises ao sangue recolhido ao cantor já no Hospital de Santo António, no Porto, onde chegou em coma, vão sair nos próximos dias resultados quanto à despistagem de consumo de álcool ou drogas, que deverão ser entregues ao Ministério Público.
CADA NOITE NUMA DISCOTECA PODIA RENDER 15 MIL EUROS
Era considerado um dos meninos de ouro do panorama artístico nacional, e por isso a presença de Angélico nas discotecas de norte a sul dos País significava sempre uma enchente de fãs. O cachet que cobrava era proporcional ao seu sucesso, e os proprietários dos espaços estavam dispostos a dar até 15 mil euros por noite.
"O Angélico era mais do que um artista. Trabalhei com ele algumas vezes e não me arrependo de um único cêntimo que lhe paguei. Era um profissional irrepreensível", começa por revelar a relações públicas Maya, avançando com alguns valores que negociou com o actor e cantor.
"Se ele desse um concerto, como aconteceu na passagem de ano, por exemplo, recebia 15 mil euros; se fosse apenas uma presença durante uma ou duas horas, cobrava 1500 euros; já se durante a presença o Angélico cantasse uma ou duas músicas com o DJ, o valor ascendia para 3500 euros", diz Maya.
DONO DO BMW ESTEVE NA IGREJA
Augusto Fernandes, o proprietário do stand Auguscar, que emprestou o BMW cabriolé a Angélico, que acabaria por se despistar na A1 na madrugada de sábado, esteve presente na missa de corpo presente e no funeral do cantor e actor. Já anteriormente havia dado força aos pais do jovem no Hospital de Santo António, no Porto.
O empresário Augusto Fernandes era o único que podia conduzir o automóvel, que ainda não tinha seguro. Na mesma viatura seguia Hugo Pinto, vendedor no mesmo stand e que acabou por sair ileso do violento acidente.
Fonte: DN.PT
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