sexta-feira, 29 de julho de 2011

Porque fazemos sexo?

Para quem só pensa no prazer, o sexo parece fazer total sentido. Do ponto de vista evolutivo, entretanto, é um pouco mais complicado do que isso.

Para Michael Brothurst, que estuda a evolução da reprodução sexual, o sexo é difícil de explicar. Como outros especialistas, ele não “entende” os homens.

“Já que os homens não podem se reproduzir por si só, e muitas vezes não contribuem com nada, só com genes, aos seus descendentes, uma população assexuada de fêmeas poderia crescer o dobro da taxa de uma população que se reproduz sexualmente”, explica o cientista.

Sendo assim, por que nós fazemos sexo? Ou melhor – e se você também for mulher, vai concordar comigo – por que sequer existe o sexo masculino?

Por que a maioria das plantas e animais têm dois sexos, que têm relações sexuais entre si, em vez de apenas um?

A explicação mais provável para o sexo é conhecida como a hipótese Rainha Vermelha, em homenagem ao romance de Lewis Carroll, “Through the Looking Glass”. Nesse romance, Alice e a Rainha Vermelha realizam uma corrida em que nunca chegam a lugar nenhum.

Um pouco análoga, a hipótese Rainha Vermelha afirma que os organismos e os parasitas que vivem neles estão em uma corrida para evoluir constantemente, e fazem isso em resposta a mutações genéticas (da troca entre si), mantendo um equilíbrio global.

Conforme os parasitas evoluem para aproveitar as fraquezas de um organismo hospedeiro típico, os hospedeiros com versões raras de genes, conhecidas como alelos, são menos suscetíveis a parasitas, e assim têm uma melhor chance de sobreviver à sua idade reprodutiva.

Da mesma forma, seus descendentes são dotados desses alelos vantajosos. Como resultado, ao longo de gerações, os alelos raros se tornaram mais comuns na população, por isso os parasitas começaram a evoluir para levá-los adiante. Nesse ponto, novos alelos incomuns começam a florescer entre os hospedeiros.

Ou seja, a teoria sustenta que o sexo dá aos organismos hospedeiros uma vantagem na esteira evolutiva. A seleção contínua de raridade favorece a reprodução sexual, porque a recombinação sexual permite que hospedeiro remodele seu bloco de alelos e gere novas combinações raras em sua prole.

A evidência em favor da hipótese Rainha Vermelha já surgiu em muitos exemplos diferentes de vida. Caramujos de água doce que se reproduzem tanto sexualmente quanto assexuadamente se reproduzem mais sexualmente em áreas rasas, onde são mais propensos a se infectar por um tipo de parasita. Isso sugere que a infecção promove o sexo.

No entanto, até agora, os pesquisadores não sabem ao certo se os parasitas são realmente o melhor adaptados às seus hospedeiros caramujos. Talvez as duas espécies não foram coevoluindo, caso em que os próprios fundamentos da hipótese Rainha Vermelha desmoronariam.

Porém, recentemente, um novo estudo deu a hipótese Rainha Vermelha um novo impulso. No laboratório, os pesquisadores compararam lombrigas com uma espécie de bactéria que as mata, e observaram o que aconteceu quando as duas coevoluíram.

Lombrigas que se reproduziam assexuadamente se extinguiram em apenas 20 gerações, enquanto lombrigas que se reproduziam sexualmente foram capazes de evoluir continuamente para defender-se de seus atacantes bacterianos. Parece que, em uma corrida para ficar no mesmo lugar, o sexo vence.

Fonte: hypescience

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