quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Crise pode fazer aumentar problemas mentais e má nutrição

O actual contexto de crise em Portugal vai aumentar os problemas de saúde mental e as doenças associadas a uma alimentação inadequada, disse o director da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) em entrevista à Lusa.

«Creio que o impacto das alterações pelas quais estamos a passar actualmente será ao nível da saúde mental e ao nível também de algumas doenças associadas a consumos alimentares de menor qualidade», afirmou.

João Pereira sublinhou que, perante a crise, «as pessoas podem substituir comida mais saudável por comida mais barata, o que poderá trazer perigos de saúde».

Referindo-se à aplicação de sistemas de vigilância epidemiológica, João Pereira disse que existem investigadores que sustentam que «em momentos de crise económica o nível de saúde da população decresce».

«Um acompanhamento epidemiológico da população poderá ser altamente recomendável para verificar que não estamos a atingir níveis preocupantes de perda de saúde e até de aumento de mortalidade para a população portuguesa», assinalou o também especialista em economia da saúde.

O director da ENSP admitiu que poderão existir alguns riscos em termos de controlo de higiene, mas não acredita que a «vigilância do Estado vá descer a um nível tão baixo», que ponha em causa a vida em comum.

João Pereira lembrou que, devido à situação económica do país, «muitas pessoas que antes recorriam ao sector privado vão precisar de recorrer ao sistema público, por dificuldades financeiras».

«Vai haver uma pressão enorme sobre o sistema, que vai ter alguma dificuldade em fazer face às novas necessidades», considerou.

Ainda assim, o responsável acredita que este é um bom momento para considerar alternativas e «avaliar rigorosamente» o que deve ser feito.

«Uma mensagem que saiu da análise dos comentadores internacionais que vieram analisar a nossa economia, em particular, é que o sistema de saúde português precisa de seguir critérios de maior rigor, nomeadamente com orientações clínicas e monitorização da prescrição e precisa de avaliar a tecnologia que é adoptada», assinalou.

Fonte: Lusa/SOL

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