sábado, 8 de outubro de 2011

Agência Fitch corta rating de Espanha e de Itália

<p>BCE iniciou em Agosto a compra de obrigações espanholas e italianas no mercado secundário</p>
A “intensificação da crise na zona euro” levou a agência de notação financeira Fitch a cortar hoje o rating de Espanha e de Itália. A nota atribuída aos dois países mantém-se no patamar mais elevado que classifica a nota da risco da dívida dos Estados, mas com perspectiva negativa, o que deixa em aberto uma nova revisão em baixa.

O rating de Espanha, a quarta maior economia da zona euro, caiu da classificação AA+ para AA-, ou seja, dois níveis numa escala de 20 (distribuídos por patamares de A a C).

Ao cair um nível, a nota de Itália baixa para A+ (um nível abaixo da classificação agora atribuída a Espanha).

A Fitch justifica os cortes com o agravamento das tensões na zona euro, onde estas duas economias começaram a ser pressionadas por uma subida para níveis recorde das taxas de juro da dívida transaccionada no mercado secundário.

A escalada exercida pelos investidores obrigou, em Agosto, o Banco Central Europeu (BCE) a reactivar o programa de compra de obrigações espanholas e italianas (fazendo os juros recuar), mas os dois países continuam a não estar a salvo da crise das dívidas na zona euro, considera a agência. Isto, notam os analistas da Fitch, atendendo ao tempo e à complexidade política que uma “solução credível e alargada” obriga aos líderes europeus.

A somar à conjuntura europeia, a Fitch apresenta justificações distintas para cada um dos países. No caso de Espanha, pesam os riscos associados à “consolidação orçamental resultantes da execução orçamental de algumas regiões [as autonomias espanholas]” e a revisão em baixa das previsões de crescimento.

A análise da situação política não é esquecida pela Fitch. Embora reconheça ao Governo de José Luis Zapatero a implementação de “importantes medidas” para evitar o contágio da crise das dívidas que obrigou a intervenções externas na Grécia, na Irlanda e Portugal a partir de 2010, a agência pede mais. “Serão precisas mais reformas estruturais para assegurar a competitividade e a produtividade da economia”.

Para Itália, a terceira maior economia da zona euro, a agência diz num comunicado separado que o choque económico e financeiro “enfraqueceu o perfil de risco” da dívida do país, deixando-o mais fragilizado face a riscos sistémicos externos. A isto juntam-se outros factores indissociáveis: o elevado nível de endividamento público, necessidades de financiamento e um baixo potencial de crescimento económico.

Para a Fitch, o Governo de Silvio Berlusconi teve uma resposta os riscos de contágio “inicialmente vacilante”, o que, segundo a agência, minou a “confiança do mercado na capacidade de Itália navegar com eficácia pela crise”.

Fonte: Jornal de Notícias

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