Vai poder pagar as suas compras sem recorrer a dinheiro ou a cartões multibanco, mas sim através do telemóvel, já a partir de 2013. É esse o objetivo da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) que está a desenvolver, em parceria com a PT, um novo projeto neste sentido, que funcionará como alternativa aos pagamentos com cartão multibanco.
«Soubemos que a PT está a desenvolver o PT Wallet com grande sucesso» e, com o AHRESP Wallet, pretende-se facilitar o pagamento através do telemóvel. «É a ferramenta que hoje em dia utilizamos e irá facilitar [a vida de] toda a gente», justificou à TVI o secretário-geral da AHRESP, José Manuel Esteves.
«O objetivo da PT é [que o projeto esteja] em funcionamento em 2013». Essa iniciativa «faz parte do nosso cronograma». «Em 2013, com o IVA a 23% e com meios de pagamento eletrónico de 2%, um quarto (25%) das nossas receitas nem lhe tocamos, vão para terceiros. Como é que nós com 70 e tal por cento podemos pagar a trabalhadores, comprar os produtos e fazer gerir as nossas empresas?».
O responsável da AHRESP argumentou que as taxas cobradas em Portugal pelas transações por multibanco «são das mais elevadas da Europa». «Os nossos estabelecimentos pagam uma média de 1,5% a 5% sobre os meios de pagamento às empresas que têm posição dominante e que são monopolistas».
E, lembrou, «a comissária europeia da concorrência já ameaçou Portugal», avisando que o país «não pode manter esta situação, o valor das taxas e as posições dominantes dos operadores. Nós não desarmamos. Estamos sempre a trabalhar» para que «nós, estabelecimentos possamos, com os nossos clientes, evitar a maçada de usarem dinheiro. Temos esse interesse por questões de segurança».
Quanto poupará o setor?
O projeto do pagamento através do telemóvel permitirá, segundo José Manuel Esteves, uma poupança de 80 milhões de euros, «que fazem a diferença no nosso setor».
E é por isso que «saudamos a iniciativa do grupo Jerónimo Martins» - o Pingo Doce vai deixar de aceitar pagamentos com cartão para compras abaixo de 20 euros, «e estamos a anunciar esta iniciativa que está em curso».
A AHRESP recordou, também, que lançou «o porta-moedas eletrónico há cerca de uma década», mas que a banca o retirou de circulação. «Estava a ser um sucesso. Os táxis já tinham, o pequeno cafá aceitava. Ninguém pagava taxas, nem o consumidor, nem os nossos estabelecimentos».
Depois, «lançámos com o BPN o Net Pay, que conquistou mais de 20% do mercado», mas «sistematicamente sentimos estes fluxos e refluxos e mantém-se este sistema do século passado».
A par do Pingo Doce, o dono do Jumbo, o Grupo Auchan, também admite vir a limitar os pagamentos com cartão.
A Unicre, empresa emissora e gestora de cartões de pagamento, diz que tem «feito um esforço considerável» para reduzir as taxas cobradas nos pagamentos com cartão de crédito e débito.
Dois fiscalistas explicaram ontem à Agência Financeira que os supermercados não são obrigados a ter multibanco.
Fonte: agenciafinanceira.iol.pt
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