Richard Marsh, tinha 60 anos quando sofreu um severo ataque do "síndrome do encarceramento". Ficou consciente mas sem conseguir mexer-se ou comunicar. Marsh chegou a ouvir a conversa dos médicos com a mulher sobre se deveriam desligar a máquina de suporte de vida. Hoje, recuperou 95% das suas capacidades físicas.
Richard Marsh tinha 60 anos quando, em 2009, teve um ataque do "síndrome do encarceramento". A doença fez com que ficasse consciente, mas preso dentro do próprio corpo, porque não conseguia mexer nenhum músculo e muito menos comunicar. Marsh, que é um ex-polícia e professor reformado, estava vivo mas sem conseguir dizê-lo à equipa médica e à família.
Assim, dois dias depois do ataque acordou e teve, provavelmente, o maior susto da sua vida. Marsh, que estava consciente, ouviu os médicos a conversarem com a mulher, Lili, sobre a possibilidade de desligarem o ventilador que o mantinha vivo. A equipa médica acreditava que Richard Marsh estava num estado vegetativo e que tinha apenas 2% de hipóteses de sobreviver.
"Eu podia ouvir e na minha cabeça estava a gritar: Não!", disse Marsh em entrevista ao jornal britânico "The Guardian". O homem enfrentava um estado muito severo do "síndrome do encarceramento" e estava rodeado de máquinas, fios e um tubo que lhe descia pela garganta para poder respirar. Assim, "quando acordei, a única coisa que conseguia fazer era piscar os olhos", explica Marsh.
No entanto, este pequeno movimento foi o que lhe salvou a vida. No terceiro dia de internamento, um médico disse a frase que o homem tanto esperara ouvir: "Eu acho que ele ainda está vivo". Deste modo, descobriu que Marsh comunicava através do piscar dos olhos.
O homem relembra que estar à mercê dos outros é extremamente frustrante, mas garante que nunca perdeu a esperança. Atualmente recuperou em 95% as suas capacidades físicas, leva uma vida normal na Califórnia, Estados Unidos da América, e o seu caso é considerado um autêntico milagre.
O "síndrome do encarceramento" é muito raro e afeta cerca de 1% das pessoas que têm acidentes vasculares cerebrais. Apresenta um quadro clínico para o qual não há um tratamento definido nem cura e mata cerca de 90% das pessoas que atinge. Para os que sobrevivem, não há grandes esperanças de recuperarem a qualidade de vida que tinham antes da doença.
A doença ficou mais conhecida depois do filme sobre a vida do ex-editor da revista "Elle" francesa, Jean-Dominique Bauby.
Fonte: Jornal de Noticias
Nenhum comentário:
Postar um comentário