quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Reuters: Saxo Bank diz que "Grécia já entrou em default"

A Grécia só tem dinheiro até Outubro.
O economista-chefe do dinamarquês Saxo Bank, Steen Jakobsen, rejeita um efeito contágio da Grécia a Portugal.

"A Grécia já entrou em 'default'", afirmou Steen Jakobssen, em entrevista à Reuters, argumentando que "se não tem dinheiro, se não consegue a aceder a dinheiro, se não consegue viver sem receber dinheiro do tio rico em Bruxelas, é porque já está em 'default'".

E insiste: "Legalmente, estruturalmente e em termos da sua política fiscal, a Grécia está falida".

O economista-chefe do Saxo Bank diz ainda que "a Grécia é como um primo órfão, a ovelha negra da família. Continuamos a dar-lhe dinheiro para manter alguma decência. Não porque gostamos dele, mas porque temos medo que ele vá contar mentiras sobre nós, se não lhe continuarmos a pagar".

Grécia em 'default' é como arrancar um penso-rápido

Steen Jakobssen defende que a Europa devia deixar a Grécia cair em bancarrota. "Precisamos de lidar com factos e não com a sobrevivência hipotética das sociedades e é, em parte, por isso que eu acredito que uma crise seria uma coisa boa. Deixar a Grécia entrar em 'default' seria como arrancar um penso-rápido: sente-se a dor no momento em que se arranca e acabou", explicou.

Estas declarações surgem numa altura em que a Grécia está à beira do incumprimento. Isto porque se não receber a sexta tranche do resgate em vigor no valor de oito mil milhões de euros até Outubro, fica sem dinheiro para pagar salários e pensões. Para avaliar se Atenas está em condições de receber a nova ajuda, a União Europeia e o FMI enviaram hoje para Atenas uma equipa de técnicos que vão avaliar a execução das medidas de austeriadade e passar, mais uma vez, a pente fino as contas helénicas.

"Não há nenhuma interdependência entre a Grécia e Portugal"

O responsável desvaloriza ainda o impacto de um incumprimento grego em Portugal, dizendo que "o contágio não existe". Para Steen Jakobssen, "se Portugal entrar em bancarrota será por coisas que acontecem em Portugal e não por causa da Grécia".

E continua: "Se Portugal tiver uma política fiscal credível, um programa de privatizações credível, um programa decente de redução do sector público, eu não subiria as suas taxas de juro. Não há nenhuma interdependência entre a Grécia e Portugal, os dois países nem têm trocas".

Fonte: Económico

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