Em 03 de Julho de 1908, durante uma escavação nas ruínas da cidade cretense de Festos, foi encontrado por Luigi Pernier um pequeno disco de argila medindo 16 centímetros de tamanho e 16 milímetros de espessura. Em ambos os lados havia dezenas de sinais representados por figuras humanas, objectos do quotidiano, animais e plantas. Estes sinais eram separados em grupos pequenos divididos por linhas verticais, sendo ao todo 31 grupos de sinais no lado A e 30 grupos de sinais no lado B. Tudo indica que tais grupos de sinais encerram cada um o conceito de palavra. O que ainda não se sabe é se esse disco forma um texto, um calendário, uma relação ou outro tipo qualquer de registo.
O Disco de Festos foi composto com linhas espirais, divididas com linhas verticais. Há uma grande probabilidade destes quadros marcados por linhas verticais encerrarem cada um, uma palavra isolada. O disco comporta ao todo 31 “palavras” no lado A e 30 “palavras” no lado B. São ao todo 241 símbolos impressos, 122 símbolos no lado A e 119 símbolos no lado B. Mas a quantidade total de sinais sem repetição é de apenas de 45 símbolos.
As ruínas de Festos localizam-se no sul da Ilha de Creta, nas planícies de Mesara no extremo leste do Monte Kastri. Festos foi construído no Período Proto-palacial (1900-1700 a.C.) da civilização minóica ou cretense.
Não é possível decifrar as escritas hieroglíficas anteriores à escrita Linear A e Linear B. Segundo os dados arqueológicos Creta torna-se uma potência marítima em torno de 1900 a.C. Esse é o período em que são construídos diversos palácios, Knossos e Festos.
OS SÍMBOLOS E SEUS CÓDIGOS
Observando detalhadamente os símbolos do Disco de Festos podemos perceber que alguns destes sinais também encontram similaridades com os hieróglifos egípcios. Desta forma, a hipótese de ser uma escrita hieroglífica cretense derivada da escrita egípcia antiga não é infundada. A questão gira em torno de saber se esta escrita é logográfica ou fonográfica.
Há a possibilidade de serem os sinais do Disco de Festos apenas uma escrita logográfica, isto é, ela representaria numa frase ideias. Por exemplo, se a escrita de Festos fosse logográfica poderíamos talvez lê-la associando os símbolos entre si. No lado A do Disco de Festos, utilizando o primeiro quadro na periferia do disco que é encerrado por uma linha vertical com quatro pontos há as respectivas figuras de um “rei”, de um “sol com sete pontos”, de uma “espiga de cereal”, de um “homem a andar” e de um “boomerang”. Numa escrita logográfica o que importa mais são os conceitos e não o sons. O sons não são delimitados dentro de regras estritas como no sistema fonético silábico de Linear B. Então este trecho poderia ser traduzido como: “o rei divino ao campo foi para caçar”. A característica da escrita logográfica é a de que não se precisa de conhecer a língua em que se foi escrito tal texto, basta apenas saber os significados dos sinais.
No Disco de Festos alguns sinais relacionam-se com os modelos dos sinais egípcios. Não há a possibilidade de se considerar este sistema de escrita como estritamente alfabética, pois existem ao todo 45 sinais utilizados no disco, sendo que a escrita alfabética necessita de muito menos. Então, a escrita hieroglífica de Festos pode ser também abordada como um conjunto misto de escrita, da mesma forma que a escrita hieroglífica egípcia. Além de sinais com valor fonético consonantal, próprio de uma escrita alfabética, haverá também outros sinais hipotéticos representando entre outros, sílabas, morfemas, ideias ou contextos.
A DESCODIFICAÇÃO
Se os sinais de Festos tiverem valores fonográficos, o que resta saber é como os grupos de sinais no Disco de Festos são lidos, isto é, a partir de que direcção se deve iniciar a leitura e a apreensão da semântica textual. A possibilidade do texto escapar do curso em espiral, dependendo de uma regra de leitura parece ser muito pequena. Então, tanto começando pela periferia como a partir do centro do disco, só há uma direcção a seguir, a espiral.
No Disco de Festos, pode-se perceber que na periferia e em ambos os lados a sequência do texto é limitada por uma linha vertical com cinco e quatro pontos e o grupo do centro não possui nenhum sinal que os caracterize como ponto de partida para a leitura. Esta seria a percepção mais óbvia, mas há a necessidade de se levar em conta também outros factores.
Perdoe-me se eu for cético sobre tanta teoria e mistério sobre os discos, mas desde os primórdios tentávamos organizar a contagem dos dias e semanas pelas fases da lua, note que há 31 DIAS numa face e 30 DIAS na outra, o que já era nessa forma usado até a padronização global, por assim dizer, na forma de Cezar a partir do considerado ano zero após o nascimento de Cristo. Desde então, padronizado e corrigido, onde se segue o ano bissexto, já se passaram 2.012 anos e nada deste foi modificado ou reatualizado até os dias de hoje.
ResponderExcluirO disco mostra claramente uma forma de organização escrita e detalhada no que a meu ver um servo deveria executar diariamente e, ao terminar o ciclo das luas ao último dia... O mesmo deveria virar o disco alternando com o anterior e se executar novas tarefas as quais integrariam todo conjunto equilibradamente. Porém um detalhe me chamou muito a atenção, um homem de corte moicano como falamos hoje em dia, seguido de um circulo adornado; para mim nada mais é do que um ESCUDO de guerra e seu SOLDADO, ou seja, dependendo do dia da semana ele intercala o descanso de 1 a 2 DIAS, como seu período de guarda. Mais além, o ESCUDO a solta pode ser que se refira a qualquer cidadão auxiliando neste dia a formar a guarda, além de me parecer que há pessoas de status hierárquico bem definido, que intercalam afazeres comuns em dias pré-determinados, nesse caso, para o bem de todos.
É óbvio que Senhor nenhum de seu clã quer ficar repetindo ordens todos os dias até o fim dos seus próprios, então nada melhor que organizá-los e deixar a mão pra qualquer um entender e executar o que foi mandado.
A contagem da semana é de 6 DIAS nestes discos, algumas tarefas são repetidas exatamente iguais em intervalos de 6 ou 12 DIAS.
Mas quem irá ouvir alguém como eu que só olhou estes discos com simplicidade? Abraços, fica com Deus.