domingo, 8 de maio de 2011

Lisboa: Centenas desfilaram pela legalização da marijuana

Centenas de pessoas desfilaram hoje em Lisboa exercendo aquilo que reclamam como um direito: fumar marijuana às claras, sem medo de multas ou prisão, apesar de escoltados por um dispositivo policial.

A quinta edição da Marcha Global da Marijuana, que este ano se alargou também ao Porto, Braga, Coimbra e Leiria, fez-se com fanfarra, tambores e "charros" fumados abertamente. Entre o Jardim das Amoreiras e a Praça Luís de Camões, gritaram-se palavras de ordem como "Abaixo a hipocrisia, legalizem a Maria!" e "Legal, legal, como a imperial". Segundo o porta-voz da marcha, Pedro Pombeiro, o obctivo é conquistar "um direito de liberdade, de as pessoas poderem decidir o que querem fazer, se querem beber um copo de vinho ou fumar um charro". "Contra a crise, legalize" foi o mote da marcha deste ano, ostentado numa faixa que encabeçou o desfile, ilustrando a reclamação de fazer "um mercado legal, com segurança e com informação", indicou Pedro Pombeiro.

Os organizadores da marcha, que afirmam ter reunido três mil participantes em Lisboa, reconhecem os "efeitos perniciosos" do abuso de uma substância psicotrópica, mas contrapõem que "se for legal, esses efeitos reduzem-se". "Não há adulteração da substância, há regras, é vendido em locais próprios e a maiores de idade e além disso [a marijuana] não é mais perniciosa que outras substâncias que são legais". Uma das participantes, Mafalda Chitas, afirmou à Lusa que a legalização "iria fazer bem à economia do país e atrair mais pessoas, como aconteceu em Amesterdão". "É uma estupidez continuar a ser proibido. As pessoas que querem consumir agora conseguem consumir, cada pessoa sabe se é responsável ou não para o fazer", acrescentou.

Paulo Almeida, que veio ao Camões "para curtir", argumentou que "as pessoas que fumam não são nenhuns monstros, no fundo só querem que as deixem fazer o que acham que não há nenhum problema em fazer". Apontando o "preconceito" dirigido aos consumidores, frisou que "não estamos a falar de heroína, de cocaína ou de coisas que se tornam incompatíveis com a sociedade". "São pessoas que vivem em sociedade, têm filhos e é errado que em certas situações possam ser discriminadas".

Pedro Pombeiro reconhece que "é tabu" para os políticos falar em legalização com "medo de perder votos", mas afirmou que "aumenta o número de cultivadores até por causa da crise, porque sai mais barato as pessoas plantarem". No entanto, esse cultivo tem que crescer "na sombra", porque a lei "trata os cultivadores como traficantes, apesar de estarem a combater o tráfico". Entre os manifestantes, houve quem não largasse a "broca", houve quem nem sequer fumasse. A animação fez-se com versões de fanfarra de Ramones, Beastie Boys, Motörhead e como não podia deixar de ser, reggae. "Deixem-me fumar, porra!" era o título de um enorme cartaz na cauda da manifestação, que pelo menos hoje, ninguém contrariou nas ruas por onde a marcha passou.

Fonte: DN.PT

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