Instituições financeiras e executivos de topo foram acusados e aplicadas multas na ordem dos 1,34 mil milhões de dólares nos Estados Unidos pela Securities and Exchange Comission (SEC), por condutas impróprias que provocaram ou agravaram a crise financeira.
Até ao dia 5 de Maio, foram formalizadas acusações contra 66 pessoas e entidades, dos quais 32 executivos de topo, incluindo presidentes executivos e administradores financeiros, de acordo com os dados disponibilizados pela entidade que regula os mercados financeiros nos Estados Unidos.
A SEC (sigla em inglês) aplicou um total de 1,34 mil milhões de dólares (cerca de 950 milhões de euros à taxa de câmbio atual) em multas e outras penalidades, consistindo as multas na maior fatia deste bolo, 900 milhões de dólares.
Entre os processos mais mediáticos levados a cabo pela autoridade esteve a acusação ao banco de investimento norte-americano Goldman Sachs por ter "defraudado os investidores ao expor de forma errada e omitir factos sobre um produto financeiro ligado a hipotecas subprime" numa altura em que os problemas no mercado imobiliário norte-americano começavam a ser evidentes.
O processo contra o Goldman Sachs estava relacionado com um derivado financeiro, uma collateralized Debt Obligation (CDO), composto de hipotecas subprime, que ficou provado que a empresa conhecia o seu real valor e problemas, mas que terá omitido aos seus clientes.
Por este processo, o Goldman Sachs pagou 550 milhões de euros e aceitou "rever as suas práticas de gestão".
O presidente executivo da Countrywide (que entretanto foi à falência) também foi acusado, juntamente com outros dois executivos, de enganar os seus investidores quanto aos riscos significativos tomados pela empresa, e ainda acusado de insider trading, tendo chegado a acordo com a SEC, em troca de uma multa de 22,5 milhões de dólares e de ser banido permanentemente de qualquer função de gestão.
Citigroup, Wachovia, Indymac ou Bank of America também se encontram entre os processos originados pelo regulador dos mercados dos Estados Unidos por diversos tipos de más práticas que poderão ter provocado a crise financeira, ou a potenciado ainda mais, que os Estados Unidos vivem desde 2007.
Entre as acusações surgem também bancos que tentaram enganar a administração norte-americana para receber capital do fundo de resgate de ativos tóxicos, o TARP (Toxic Asset Relief Program) que foi criado em 2008 após a queda do Lehman Brothers para injetar liquidez nos mercados e evitar uma queda em cascata do sistema financeiro da maior economia do mundo.
Fonte: DN.PT
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