terça-feira, 4 de setembro de 2012

Preço da alimentação pode duplicar nos próximos 20 anos

Os preços dos alimentos podem duplicar nos próximos 20 anos, em relação aos de 2010, com as alterações climáticas e a multiplicação dos eventos extremos associados, como secas, inundações e furacões, previu hoje a Oxfam, noticia a AFP.

Em relatório publicado hoje, esta organização não-governamental (ONG) sustentou que os efeitos do aquecimento do clima estão «subestimados». A Oxfam espera que «as mudanças lentas das temperaturas médias e dos padrões de precipitação», desfavoráveis à agricultura, sejam acompanhadas de «perdas de culturas em resultado de acontecimentos meteorológicos extremos, que vão ser mais frequentes e mais intensos».

Em 2030, antecipou, o risco acrescido de uma seca similar à que afecta os Estados Unidos desde Junho, a mais grave em meio século, pode causar a subida do preço do milho em «140 por cento» em relação aos valores actuais.

O documento, intitulado 'Tempo Extremo; Preços Extremos' ('Extreme Weather, Extreme Prices'), baseia-se na investigação do Instituto de Estudos de Desenvolvimento, da Universidade britânica de Sussex, encomendada pela Oxfam.

O Grupo Intergovernamental de Peritos sobre a Evolução do Clima (GIEC) prevê um aumento da temperatura média entre 2,5 e cinco graus centígrados até ao fim do século, acompanhado de «acontecimentos climáticos extremos sem precedente».

Apesar dos seus compromissos, a comunidade internacional não consegue reduzir as emissões de dióxido de carbono responsáveis pelo aquecimento da atmosfera.

O Banco Mundial já adiantou que, com a seca nos EUA, os preços do milho e dos grãos de soja já subiram, respectivamente, 25 e 17 por cento, de Junho para Julho, tendência esta que se manteve em Agosto.

Fonte: Lusa/SOL

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