quarta-feira, 11 de maio de 2011

Tráfico Humano em Portugal: Maioria das vítimas são homens para exploração laboral

A maioria das vítimas de tráfico de seres humanos detectadas em Portugal em 2010 eram homens alvo de exploração laboral, segundo dados oficiais divulgados hoje, em Bragança, pelo Observatório de Tráfico de Seres Humanos (OTSH).

No ano passado, foram confirmados em Portugal 22 casos de tráfico de seres humanos, entre eles sete vítimas portuguesas, e "ao contrário do que as pessoas pensam a maior parte é do sexo masculino", segundo Joana Wrabetz, do OTSH.

A exploração laboral na agricultura e construção predominam nos dados oficiais de 2010 que, segundo aquela responsável, se encontram em validação no Ministério da Administração Interna e deverão ser disponibilizados "dentro de duas semanas".

Alguns dos números foram apresentados hoje em Bragança numa conferência inserida na campanha nacional "não estás à venda", que visa divulgar e alertar, sobretudo, a comunidade escolar para aquela que é considerada "a versão moderna da escravatura".

O observatório sinalizou em 2010, através de cruzamento de dados com diferentes entidades e organismos, 86 potenciais vítimas deste crime em Portugal.

Destas, 22 foram identificadas e confirmadas como vítimas de tráfico humano, "o grosso nas zonas centro e norte do país", de acordo com Joana Wrabetz.

Relativamente aos restantes casos sinalizados, 29 enquadram-se noutros crimes e 35 encontram-se ainda em investigação.

As vítimas confirmadas são de diferentes nacionalidades. Além dos sete portugueses, há outras vítimas oriundas da América Latina (a maior parte do Brasil), África e também de países europeus como Roménia, Bulgária e Reino Unido.

O crime de tráfico de seres humanos é punido com uma pena até 12 anos de prisão, mas nem sempre é de fácil detecção, como salientou, em Bragança, a secretária de Estado da Administração Interna, Dalila Araújo.

"Este crime é associado indevidamente, muitas vezes, apenas à prostituição, mas não é verdade", afirmou, explicando que "incide muito em meio laboral, na adoção ilegal de menores e na extração de órgãos".

Segundo a secretária de Estado, "uma área onde existe com alguma complacência social é o trabalho doméstico e é o mais difícil de detetar porque incide em propriedade privada".

Fonte: DN.PT

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