O investigador André Dias Pereira defendeu em declarações à Rádio Renascença que “morrem mais pessoas nos hospitais, de morte evitável [negligência médica], do que nas estradas”, salientando ainda a dificuldade em provar a ocorrência destas situações, à luz da Justiça.
“Os médicos sabem bem dos problemas que existem”, começou por dizer no programa ‘Em nome da lei’ da Rádio Renascença o investigador da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra André Dias Pereira, que falava sobre negligência médica.
De facto, precisou o investigador, “morrem menos de 700 pessoas por ano nas estradas, ou seja, morrem mais pessoas nos hospitais, de morte evitável, do que nas estradas”.
A dificuldade prende-se, contudo, com a dificuldade em provar que houve negligência por parte do profissional de saúde: “Têm que se provar todos os factos constitutivos: provar que aquela morte foi causada pela conduta médica, que aquela conduta médica violou regras próprias da medicina, e que o médico devia ter agido de outra maneira e não agiu. É todo um conjunto de prova difícil, a que acresce o problema da distância temporal”, explicou André Dias Pereira.
No que toca à luz da Justiça, têm vindo a ser verificadas “algumas divergências nos juízes” que decidem sobre este tipo de casos. Ao contrário dos que pertencem “a uma geração mais jovem”, os juízes “mais conservadores têm tomado decisões em que absolvem o réu, ou seja, o hospital, a clínica e o médico porque não se conseguiu fazer uma prova cabal”, rematou.
-- Notícias ao Minuto
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