sábado, 2 de março de 2013

Cientistas mostram que comunicação "telepática" é possível

Cientistas mostraram que é possível transmitir instruções de um rato para outro através de um processo "telepático", no qual os cérebros dos animais estão interligados por fios elétricos.

Cientistas da Universidade americana de Duke, em Durham, Carolina do Norte, e do Instituto Internacional de Neurociência de Natal, no Brasil, publicaram um estudo, esta quinta-feira, na revista"Scientific Reports", em que demonstram a comunicação eletrónica entre os cérebros de dois ratos, separados por milhares de quilómetros.

Vários elétrodos foram implantados no córtex motor e no córtex sensorial dos dois ratos, ligando assim o par. Ambos estavam num compartimento diferente.

O primeiro rato, o "codificador", era ensinado a carregar num botão. Uma luz acesa à esquerda indicava que era aquele o botão a ser premido. Ao carregar no botão certo o rato recebia água, a recompensa.

Depois, a atividade cerebral do "codificador" era transmitida para o segundo rato, o "descodificador", que, sem ter visto a primeira experiência e sem qualquer treino, tinha de carregar no botão correto. As duas luzes eram acesas (esquerda e direita) e, apenas com a informação elétrica recebida do "codificador", o segundo rato tinha de decidir qual o botão correto e carregar nele para receber também a recompensa.

A taxa de sucesso destas experiências foi cerca de 70%, mais significativa do que se o "descodificador" tivesse de escolher o botão ao acaso.

Os cientistas decidiram levar esta comunicação ainda mais longe e, quando o "descodificador" errava no botão, o "codificador" recebia menos água. Assim, o primeiro rato mudava a sua função cerebral e o comportamento para ajudar o parceiro a ser bem sucedido.

"Vimos que quando o rato 'descodificador' cometia um erro, o 'codificador' mudava a sua função cerebral e o comportamento para facilitar ao parceiro acertar no botão", disse, ao "The Independent", o professor Miguel Nicolelis, da Universidade de Duke, que dirigiu a equipa de cientistas.

Segundo o professor, quando o "codificador" fazia estas adaptações, o "descodificador" acertava mais vezes, portanto ambos recebiam maior recompensa.

"Estas experiências mostraram que estabelecemos uma comunicação sofisticada e direta entre cérebros... portanto, basicamente, estamos a criar um computador orgânico", acrescentou.

O professor Nicolelis disse ainda que "não é possível prever que tipos de propriedades poderiam surgir quando um grupo de animais começasse a interagir como parte de uma rede de cérebros. Na teoria, poderíamos imaginar que a combinação de vários cérebros seriam capazes de fornecer soluções que um cérebro sozinho não conseguiria adquirir".

No entanto, segundo o professor Christopher James, da Universidade de Warwick, no Reino Unido, que já realizou estudo semelhante a este, esta técnica ainda é muito "verde" e baseia-se em monitorizar a atividade nervosa de apenas uma parte do cérebro dos ratos.

Fonte: Jornal de Notícias

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