quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Ter amigos inseguros é estratégia de sobrevivência

Em um mundo urbanizado, cheio de situações de risco, quem não gostaria de ter sempre por perto um amigo capaz de detectar o perigo com antecedência? Pesquisadores israelenses dizem que sim, isso é possível. Basta fazer amizade com amigos inseguros socialmente.

Os cientistas reuniram 138 estudantes de faculdade. Dentro deste grupo, eles descobriram que os estudantes mais ansiosos e inseguros tendiam a reagir mais rapidamente a situações de perigo. Em suma, ansiedade torna as pessoas mais alertas.

O que dá base a esse estudo é a teoria do apego (ou teoria do convívio). Essa tese foi medida a partir de um estudo com crianças e suas mães. De início, os cientistas colocavam mulheres brincando com filhos pequenos. Depois, a mãe era retirada do ambiente e substituída por outro adulto. A reação da criança dava o diagnóstico da teoria do apego.

Segundo essa teoria, as pessoas se dividem em três tipos de “formas de fazer amizade”: os ansiosos, os esquivos e os seguros. Os seguros, que não têm problema em se aproximar das pessoas, somam entre 50% a 60% da população, e os demais se dividem entre esquivos e ansiosos.

Ansiosos são aqueles que têm amizades e pessoas de quem gostam, mas estão sempre com receio de serem esquecidos ou perder os contatos que construíram. Esquivos, por sua vez, são os que dão valor à autossuficiência e tendem ao individualismo. Quando têm amizades, se sentem desconfortáveis ao depender de alguém, ou saber que alguém depende deles.

Os pesquisadores israelenses transportaram a ideia básica da teoria do apego para os jovens pesquisados. O experimento teve duas etapas. Primeiro, os participantes foram submetidos a exames psicológicos para determinar se eram seguros, ansiosos ou esquivos. Depois, juntavam-se em grupos de três. Em cada grupo, todos tinham o mesmo perfil.

Na segunda etapa, cada grupo entrava em uma sala e era orientado a fazer uma atividade no computador. No instante em que o teste começava, o pesquisador deixava os três participantes a sós, assim como a mãe deixava a criança no teste da teoria do apego. Pouco depois da saída do responsável, o “computador” começava a emitir fumaça. A reação de cada grupo àquele imprevisto foi observada.

Resultado: quanto mais esquivos e ansiosos eram os participantes, mais rápida (cerca de um segundo e meio de diferença entre esquivos e seguros, para ser exato) era sua reação à fumaça do computador.

As pessoas tendem procurar amigos entre aqueles mais seguros e abertos a diálogo. Mesmo em atividades coletivas, contudo, a característica dos esquivos traz vantagens, pois eles tendem a perceber, antes dos demais, problemas dentro do grupo, o que certamente é algo positivo.

Fonte: hypescience

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