As leituras divinatórias valem o que valem (que é decerto pouco), mas de acordo com a famosa Profecia dos Papas, atribuída ao bispo irlandês Malaquias de Armagh (1094-1148) e publicadas em 1595, Bento XVI é o derradeiro chefe da Igreja Romana antes do advento de um tal Petrus Romanus (Pedro Romano), ao qual se seguiria o reinado de Satã.
Recorde-se que nenhum dos 265 papas voltou, até agora, a adotar o nome do primeiro Pedro.
A Profecia, que muitos consideram uma possível fraude do final do século XVI, tem, estranhamente, "acertado" sob alguns aspetos, nomeadamente no que respeita aos chefes da Igreja a partir do século XVII. Estabelece uma lista de papas identificados por uma divisa e tem sido possível fazer coincidir esses lemas com características dos pontífices que se têm efetivamente sucedido.
Assim, por exemplo, João XXIII (1958-1963), o modernizador do rito católico, que antes de ser Papa foi bispo da cidade marítima de Veneza, é ali premonitoriamente designado por Pastor et nauta (Pastor e navegante).
Paulo VI, que lhe sucedeu entre 1963 e 1978, é chamado Flos florum (Flor das flores), e efetivamente as flores de lis estão presentes no seu brasão.
Quanto ao efémero João Paulo I (1978), é chamado por Malaquias De medietate Lunae (Da metade da Lua), dando-se o caso de ser natural da cidade de Belluno, ou seja, "Lua bela". Ao grande viajante João Paulo II chamou Malaquias De labore Solis (Dos trabalhos do Sol), o que parece indicar que reproduziu à escala humana o que no tempo de Malaquias se julgava que fazia o Sol: dar permanentes voltas à Terra.
Finalmente, Bento XVI é apodado de De gloria olivae (Da glória da oliveira), lema este que remete de imediato para o conceito de paz, apanágio da ordem beneditina, fundada pelo seu patrono de Ratzinger S. Bento.
Existe atualmente uma teoria segundo a qual o Pedro Romano a que alude Malaquias poder ser o cardeal camarlengo atualmente secretário de Estado do Vaticano Tarcisio Bertone, cujo segundo nome é Pedro e que é natural da localidade de Romano Canavese, no Piemonte (Itália).
A ser verdade tudo isto, o próximo Papa poderia dizer uma frase semelhante ao Après moi le déluge (Depois de mim o dilúvio), de Luís XIV, o célebre Rei Sol francês: "Depois de mim, Satã"...
Fonte: Visão
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