terça-feira, 24 de julho de 2012

EUA: Pobreza atinge nível mais alto dos últimos 50 anos

A crise económica destruiu meio século de esforços do governo dos Estados Unidos para combater a pobreza no país.

Segundo os economistas, institutos e professores universitários de todos os partidos inquiridos pela AP, é esperado que o Censo de 2011 indique um aumento da taxa de pobreza a nível nacional para os 15,7%, o valor mais elevado desde 1965. Isto significa que cerca de 47 milhões de norte-americanos se encontram abaixo da fasquia de pobreza - que é de ter um rendimento anual inferior a 9.200 euros - necessitando de apoio estatal para manter um nível de vida mínimo.

Os peritos notam que a pobreza está a espalhar-se a um nível alarmante através de muitos grupos sociais, estando associada de perto ao aumento do desemprego. Isto porque, embora a taxa de desemprego tenha recuado dos 9,6% em 2010 para os 8,9% em 2011, a verdade é que o número de pessoas empregadas se manteve sensivelmente igual, uma vez que a descida da taxa só se ficou a dever ao facto de cerca de nove milhões de desempregados terem desistido de procurar trabalho, o que levou a sua saída dos números oficiais do governo. Ao mesmo tempo, mais milhões de trabalhadores, em desespero, aceitaram postos de trabalho que pagavam bastante menos do que o seu emprego anterior.

"A questão é que o verdadeiro ‘tsunami' de empregos de baixo salário que estamos a registar está a arrastar milhões para a pobreza, e este problema salarial não vai passar tão cedo", lamenta à AP Peter Edelman, director do Centro sobre a Pobreza de Georgetown. Os especialistas estimam ainda que a pobreza deverá manter-se acima do nível de 12,5% existente antes da crise por muitos anos, devendo superar os 16% até 2014, ao mesmo tempo que o número de trabalhadores ‘part-time' e os níveis de pobreza infantil irão superar os 22% registados em 2010. Esta questão vai pesar fortemente na eleição presidencial, em particular porque o candidato republicano, Mitt Romney, é visto como um defensor dos direitos dos ricos, enquanto Obama quer aumentar os programas de ajuda aos pobres.


Fonte: Económico

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