Dois planetas fora do sistema solar, um rochoso como a Terra e outro gasoso como Neptuno, gravitam a uma distância muito curta entre eles, um fenómeno jamais visto no Universo.
Os resultados da descoberta foram publicados hoje na edição digital da revista Science, citada pela agência AFP.
Segundo astrónomos norte-americanos, os dois planetas aproximam-se o mais possível um do outro, em média a cada período de 97 dias. Nessa altura, estão separados por uma distância cinco vezes inferior à que separa a Terra da Lua.
Os peritos descobriram os dois exoplanetas (planetas fora do sistema solar) ao analisarem os dados recolhidos pelo telescópio Kepler, capaz de detectar um exoplaneta quando este passa diante da sua estrela, diminuindo brevemente a sua irradiação.
Os dois planetas formam, por si só, um novo sistema planetário, orbitando, cada um, uma estrela parecida com o Sol.
O planeta mais próximo da estrela, Kepler-36b, é rochoso como a Terra e cerca de 1,5 vezes o tamanho do «planeta azul», mas com uma massa 4,5 vezes superior à deste. O Kepler-36b gira em torno da sua estrela em 14 dias, a uma distância média de menos de 17,7 milhões de quilómetros.
Já o segundo planeta, Kepler-36c, é gasoso como Neptuno, 3,7 vezes maior do que a Terra e com uma massa oito vezes superior à do «planeta azul».
O «Neptuno quente», assim chamado devido à sua proximidade com a sua estrela, orbita esta em 16 dias, a uma distância de 36,21 milhões de quilómetros.
A proximidade entre os dois exoplanetas provoca grandes forças gravitacionais que os comprimem e os distendem, sustentam os astrónomos, que procuram compreender o motivo por que dois planetas tão diferentes podem reencontrar-se em órbitas tão próximas.
No sistema solar, planetas rochosos como Marte, Mercúrio e Terra estão próximos do Sol, enquanto os gasosos como Júpiter, Saturno, Urânio e Neptuno evoluem a uma distância maior.
Apesar do sistema estrelar Kepler-36 ser o primeiro a mostrar a proximidade entre um planeta rochoso e um gasoso, é provável que, de acordo com os astrónomos, tal constatação não seja rara na Via Láctea.
O sistema Kepler-36 é formado por duas estrelas da constelação Cisne, que dista cerca de 1.200 anos-luz da Terra.
Fonte: Lusa/SOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário