O Governo espanhol solicitou hoje formalmente o pedido de ajuda europeia para o seu sistema financeiro, numa carta onde não detalha a quantia global do pacote de assistência, confirmou o ministério da Economia em Madrid.
A confirmação do envio da carta para o Eurogrupo detalha que o pedido de ajuda se destina à recapitalização das entidades financeiras que o solicitem.
"Tenho a honra de me dirigir a si, em nome do Governo de Espanha, para solicitar formalmente assistência financeira para a recapitalização das entidades financeiras espanholas que assim o necessitem", refere a carta a que a Lusa teve acesso.
De Guindos explica na carta que o instrumento através do qual se materializará a ajuda terá em consideração as várias possibilidades disponíveis e outras que surjam no futuro.
Na carta, o ministro da Economia assegura que as autoridades espanholas oferecerão "todo o seu apoio" na avaliação dos critérios de elegibilidade, na definição da condicionalidade financeira, no seguimento de medidas a implantar e na definição dos contratos de ajuda financeira.
O objetivo é ter concluído o "Memorando de Entendimento" até 9 de julho sendo que o valor global de ajuda, que será no máximo de 100 mil milhões de euros, só deverá ser conhecido depois de finalizarem as negociações sobre as condições do empréstimo.
O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, por seu lado, afirmou hoje que a opção de utilizar fundos europeus para recapitalizar diretamente as entidades financeiras espanholas continua "aberta".
"Continua aberta a questão de se a ajuda se canaliza diretamente aos bancos ou se faz através do Estado. Essa questão tratou-se em Roma entre os quatro líderes europeus e não se chegou ainda a uma solução", explicou José Manuel García-Margallo.
O governante espanhol, que se referia ao encontro do primeiro-ministro italiano, Mario Monti, do presidente francês, François Hollande, da chanceler alemã, Angela Merkel, e do presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, falava aos jornalistas no Luxemburgo, à entrada para a reunião dos seus homólogos europeus.
Trata-se de um "trâmite formal e de procedimento" normal, explicou, sendo o mais importante conseguir negociar um prazo de devolução amplo e com juros baixos, para o pagamento do empréstimo.
"O importante agora é a negociação dos termos do contrato. Como quando qualquer família pede um empréstimo num banco", disse.
"O importante para nós é o prazo de devolução e a taxa de juro. Se conseguirmos um prazo de devolução longo e uma taxa de juro baixa a operação será muito mais favorável", afirmou.
García-Margallo disse que a decisão sobre o cariz de preferência ou não dos países da zona euro, com credores perante o Governo espanhol, "depende do instrumento" que se venha a utilizar, "outra das questões abertas".
"Depende do instrumento que se utilize. No tratado que estabelece o mecanismo provisório não se estabelece uma prioridade, não se estabelece um direito de preferência sobre estes créditos. No tratado definitivo sim. É outra das questões abertas", explicou.
O Governo espanhol remeteu hoje uma carta ao Eurogrupo com um pedido de ajuda formal para o setor bancário do país, não estando ainda definido o valor desse empréstimo.
O Eurogrupo disponibilizou para uma ajuda de até 100 mil milhões de euros mas os resultados das análises de duas consultoras contratadas pelo Governo para analisar o setor estimam que as necessidades de capital das entidades espanholas seja, no máximo de 62 mil milhões de euros.
Fonte: DN.PT
Fonte: DN.PT
Nenhum comentário:
Postar um comentário