FMI insta Madrid a mais esforços para combater crise e defende o aumento do IVA já este ano e a descida dos salários na Função Pública.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) pediu ao Governo espanhol que aumente o IVA já este ano, em vez de esperar até 2013, e que aprove rapidamente uma nova descida nos salários dos funcionários públicos para reduzir o défice, numa altura em que os mercados começam a desconfiar sobre a capacidade do país para sobreviver sem um resgate financeiro.
"Há uma margem considerável para a redução dos benefícios fiscais e para o aumento da receita fiscal indirecta (...), especialmente em matéria de IVA e de impostos especiais de consumo, medidas a serem tomadas agora. Para garantir que as poupanças previstas se concretizem, futuros cortes nos salários públicos poderiam ser aprovados agora e cancelados apenas se os objectivos forem alcançados", assume o FMI.
O fundo alerta para o caso de Espanha poder vir a falhar os "objectivos importantes" fixados no plano de estabilidade que o Executivo liderado por Mariano Rajoy está a executar, caso não venha a implementar medidas extraordinárias. E considera mesmo como "muito ambiciosas" as metas para a redução do défice de 8,9% do PIB em 2011 para 5,3% no final do ano e para 3% em 2013.
"As perspectivas são muito difíceis. A economia está no meio de uma recessão sem precedentes, com o desemprego em níveis inaceitáveis, a dívida pública a crescer rapidamente e segmentos do sector financeiro a precisar de recapitalizar-se", indica o FMI na sua análise sobre a situação económica espanhola, divulgada na véspera de um fim-de-semana decisivo para a zona euro, com a reunião do G20 e as eleições na Grécia.
A instituição liderada por Christine Lagarde revela ainda que o Governo espanhol tomou medidas "relevantes" nos últimos meses, mas pede uma resposta mais ambiciosa a Madrid para restaurar a confiança dos mercados, como, por exemplo, acelerar o programa de privatizações.
"A maior parte da consolidação planeada para 2013-2015 é baseada em medidas de redução da despesa, muitas delas ainda por especificar. Nenhuma opção deve ser descartada", acrescenta o FMI.
Nos últimos dias, Espanha tem sido o centro das atenções na zona euro, com os juros da dívida a 10 anos, referência no mercado, a atingir máximos de sempre desde a criação da zona euro, nos 7%. Após o resgate à banca, que pode ir até 100 mil milhões de euros, os analistas antecipam já que Rajoy terá de pedir assistência financeira para acudir as contas públicas.
Fonte: Económico
Fonte: Económico
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