sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Saude: Especial Cancro da Mama

Perguntas e respostas sobre o cancro da mama

Perguntas e respostas sobre o cancro da mama

Esclareça as suas principais dúvidas sobre esta patologia

Encontra as perguntas e respostas que se seguem no livro «34 Copa B - Guia prático sobre a mama, a saúde e a sexualidade feminina», uma obra sobre o peito, a saúde e a sexualidade feminina, lançada pela editora Academia do Livro e da autoria de Ana Paula Avillez, médica imagiologista especialista em Senologia. 

Tratam-se de algumas das dúvidas mais frequentes que temos sobre o cancro da mama, aqui respondidas de forma muito clara e sistematizada. 

O cancro é uma doença contagiosa?
Não, não há possibilidade de contágio entre as pessoas mesmo nos casos de cancros originados por vírus.
Os traumatismos podem provocar o cancro?
Não foi encontrada até à data qualquer relação entre os traumatismos (pancadas) e o desenvolvimento de cancros. Contudo, um traumatismo pode originar, por exemplo na mama, alterações na mamografia que podem «confundir» e criar dificuldades no diagnóstico diferencial com cancro. É o caso dos fenómenos de citoesteatonecrose que foram abordados no capítulo das lesões traumáticas. Por outro lado, um traumatismo pode chamar a atenção para um cancro já existente.
A frequência do cancro está a aumentar?
Há efectivamente conhecimento de um maior número de cancros nos países desenvolvidos, o que pode estar relacionado com vários factores:
- Agentes ambientais que actuem como carcinogéneos. Por exemplo, o aumento da incidência de cancro da mama nas mulheres descendentes de orientais que emigraram para países com elevado risco desta doença, como por exemplo a Austrália e os Estados Unidos, sugerem a influência de factores ambientais, entre os quais a dieta.
- Melhoria dos meios de diagnóstico levando à detecção de tumores que antigamente ficavam por diagnosticar.
- Aumento da esperança de vida conduzindo a que um maior número de pessoas atinjam uma idade mais avançada. De facto, o cancro atinge essencialmente os mais velhos. Antigamente, morria-se muitas vezes vítima de infecções ou por outras causas agora debeladas, não se atingindo a idade dita oncológica.
O cancro da mama é hereditário?
A maioria das vezes não, ocorrendo esporadicamente. No entanto, a história familiar de cancro da mama e/ou do ovário é um factor de risco importante de vir a padecer da doença.
Estatisticamente, o cancro da mama ocorre esporadicamente em aproximadamente 80 por cento dos casos, verificando-se a presença de agregação familiar nos restantes 20 por cento.
O facto de se constatar que numa família há vários membros com a doença, não significa que se trate de uma forma hereditária de cancro, podendo esta agregação familiar dever-se a uma multiplicidade de outros factores, entre os quais ambientais, como por exemplo os hábitos alimentares, ocupacionais, os comportamentos reprodutivos. Pode também haver uma coincidência aleatória.
De facto, só cinco a dez por cento dos cancros da mama são hereditários, significando que os membros de uma determinada família podem herdar a alteração genética que pode conduzir ao desenvolvimento, em alguma fase da sua vida, de um cancro. Esta herança pode dar-se tanto através da linha materna como paterna. A transmissão faz-se por um padrão autossómico dominante, em que cada descendente tem 50 por cento de probabilidade de herdar a alteração genética.
As características familiares que sugerem a hereditariedade da doença englobam:
- O envolvimento de vários familiares de primeiro grau (progenitores, filhos, irmãos).
- A idade geralmente mais prematura de aparecimento da doença, antes dos 40 anos.
- A associação com outros cancros, fundamentalmente do ovário.
- O aparecimento num mesmo doente de mais do que um tipo de cancro (mama e ovário; nas duas mamas antes dos 50 anos, etc.).
- Algum caso de cancro de mama num homem antes dos 60 anos.

Nestas situações em que há forte probabilidade de haver um factor hereditário, pode ser feito um estudo genético, sendo muitas vezes as pessoas encaminhadas para uma consulta de aconselhamento genético.
Em resumo, pode concluir-se que numa família com história de cancro da mama e/ou do ovário e em que se associe a presença de cancro da mama num elemento masculino ou de cancro do pâncreas, se deve ficar alertado para a possibilidade de uma mutação genética, podendo justifi car-se a realização de testes no familiar afectado.
Os testes laboratoriais que permitem despistar a presença de eventuais alterações genéticas são morosos e caros e há que ponderar, por um lado, os seus inconvenientes, como por exemplo o impacte psicológico que o conhecimento de uma mutação genética pode ter e as consequências que daí podem advir na vida do seu portador e, por outro lado, as vantagens em termos da prevenção que pode ser feita.
 que é que pode ser feito em termos de prevenção?
Podem ser tomadas medidas como:
- Dieta equilibrada.
- Informação das vantagens da gravidez antes dos 30 anos.
- Evitar a obesidade sobretudo na pós-menopausa.
- Fazer uma vigilância clínica e imagiológica (mamografia, ecografia e RM), com intervalos mais curtos do que os habituais nas mulheres sem factores de risco e adaptada a cada caso (normalmente mamografia anual após os 30 anos e ecografia endovaginal e o marcador tumoral CA125 anualmente depois dos 35 anos).

- Relativamente à quimioprevenção com alguns fármacos moduladores selectivos dos receptores de estrogéneos como o Tamoxifeno e o Raloxifeno e, ainda, os inibidores da aromatase estão em curso vários estudos.
- A mastectomia profiláctica (subcutânea ou total). Relativamente a esta colocam-se vários problemas de ordem ética e sociocultural, sendo imprescindível que a mulher tenha consciência plena das vantagens e inconvenientes deste procedimento e impõe-se um forte apoio psicológico.
- Ooforectomia  profiláctica antes dos 50 anos.
A colocação de próteses aumenta o risco de desenvolver cancro da mama?
Não foi demonstrada qualquer relação entre a colocação das próteses e o risco de vir a desenvolver um cancro na mama. Contudo, as próteses diminuem a visibilidade da mama na mamografia dificultando a sua correcta avaliação, facto agora muitas vezes ultrapassado com a realização da RM.

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