O actor António Feio morreu esta quinta feira à noite, no Hospital da Luz, em Lisboa, onde estava internado desde terça feira, informou hoje a produtora UAU, em comunicado.
António Feio, 55 anos, que sofria de um cancro no pâncreas, morreu às 23:40, na unidade de Cuidados Paliativos do Hospital da Luz.
António Feio havia sido, em Março, condecorado pelo Presidente da República, por ocasião do Dia Mundial do Teatro, juntamente com sete personalidades ligadas à arte dramática.
O actor lutava contra a doença há um ano e meio, mostrando-se sempre confiante e optimista quanto à sua recuperação. Em entrevista ao SAPO Notícias, em Fevereiro deste ano, António Feio falou abertamente sobre a doença.
O percurso do actor e encenador
António Feio viveu em Moçambique até aos sete anos, tendo depois ido para Lisboa, com a família. Estreou-se aos onze anos no teatro, com a peça de Miguel Torga, "O Mar", dirigida por Carlos Avilez, no Teatro Experimental de Cascais.
Chega cedo à televisão e ao cinema, participando ainda em folhetins na rádio e campanhas publicitárias.
Em 1969, profissionalizado na companhia teatral de Laura Alves, volta a Moçambique, em digressão com a peça Comprador de Horas.
Retirou-se dos palcos, tendo trabalhado como desenhador num atelier de arquitectos.
Em 1974 está, de novo, no Teatro Experimental de Cascais, de onde sai para formar, com Fernando Gomes, o Teatro Aquarius. Passa de seguida para a Cooperativa de Comediantes Rafael de Oliveira, Teatro Popular-Companhia Nacional I, sob a direcção de Ribeirinho, Teatro São Luiz, Teatro Adóque, Teatro ABC, Casa da Comédia, Teatro Aberto, Teatro Variedades, Teatro Nacional D. Maria II.
Começa a encenar com o espectáculo "Pequeno Rebanho Não Desesperes" de Christian Giudicelli, na Casa da Comédia. Segue-se "Vincent "de Leonard Nimoy, no Teatro Nacional D. Maria II e" O Verdadeiro Oeste" de Sam Shepard, no Auditório Carlos Paredes.
Faz, como actor, Inox-Take 5 (1993) com José Pedro Gomes e é o início de um trabalho em conjunto e de uma "dupla" que dura até aos dias de hoje.
Começa a dirigir cursos de formação de actores no Centro Cultural de Benfica e forma com vários alunos alguns grupos: O Esquerda Baixa e o Pano de Ferro, e com eles faz alguns espectáculos.
Seguem-se muitas outras encenações, entre as mais marcantes: "A Partilha" de Miguel Fallabela e "O Que diz Molero" de Diniz Machado (Teatro Nacional D. Maria II); "Conversa da Treta de José Fanha (Auditório Carlos Paredes); "O Aleijadinho do Corvo" de Martin McDonagh (Visões Úteis/ Teatro Rivoli); "Jantar de Idiotas" e "O Chato" de Francis Veber (Teatro Villaret).
Para além do teatro fez televisão (popularizou-se em sitcoms como Conversa da Treta ou programas como 1, 2, 3); algum cinema (com Alfredo Tropa, Eduardo Geada, Luís Filipe Costa e Fernando Fragata), traduções e muitas dobragens.
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