A grande maioria dos portugueses acha que a violência doméstica contra as mulheres é "comum" em Portugal e um quinto conhece alguém que foi vítima de violência em casa ou que praticou algum tipo de agressão contra uma mulher.
Num inquérito realizado pelo Eurobarómetro em toda a Europa, 18% dos abordados portugueses disseram que conheciam, no círculo da família e amigos, alguém que “submeteu” uma mulher a qualquer forma de violência doméstica. A percentagem sobe para 21% quando a questão é colocada pelo ângulo da vítima.
Já em termos europeus, um em cada quatro afirma haver alguma mulher no seu entorno familiar ou convivial que foi alvo de agressão.
“De uma forma geral”, 86% dos inquiridos nacionais pensam que a violência doméstica é “comum” em Portugal, uma das percepções mais elevadas em toda a União Europeia, só superada pelo Reino Unido, pela França e pela Itália.
A média comunitária ficou em 78%, com mais mulheres do que homens a acharem que as agressões contra as mulheres são “muito comuns” (32% contra 22% de respostas masculinas).
A grande maioria dos inquiridos em todos os países acha que a violência contra as mulheres é “inaceitável” (88% em Portugal), mas divergem quanto a considerar que deveria ser punida por lei (7% da amostra portuguesa).
A Finlândia é o país onde mais pessoas (32%) acham que não deve ser aplicada qualquer pena contra agressores de mulheres e só 67% entendem que em qualquer circunstância os praticantes de violência devem ser penalizados.
Do lado oposto, há 5% de portugueses que consideram “aceitável” em algumas ou todas as circunstâncias a agressão a mulheres. Na Itália e na Eslováquia a percentagem é idêntica à portuguesa e na Bélgica e na Roménia sobe aos 6% dos inquiridos, em cada país.
Das diferentes formas de agressão, a violência física, sexual ou psicológica são as consideradas “mais graves”, quer por portugueses quer por europeus, seguidas da restrição à liberdade de movimentos e da ameaça de agressão.
O Eurobarómetro sobre a violência doméstica contra as mulheres foi realizado a partir de 26 800 entrevistas directas em todos os estados-membros, 1 032 das quais em Portugal, entre 27 de Fevereiro e 15 de Março deste ano.
Os resultados serviram de base à Comissão Europeia para elaborar a estratégia comunitária sobre a igualdade do género para os próximos cinco anos.
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