"O Jack disse-me uma vez: "Ó, meu Deus, imagina o que aconteceria ao nosso país se o Lyndon fosse presidente!" - revelou a viúva do antigo presidente dos Estados Unidos da América, assassinado em 1963, referindo-se ao então vice-presidente dos EUA, Lyndon Johnson. O receio de JFK acabaria por concretizar-se logo após a sua morte, por assassinato, em 1963, em Dallas.
Estas e outras confissões foram gravadas, ao longo de oito horas, por Jackie Kennedy, meses após o homicídio de JFK. A primeira dama aceitou fazer aquelas revelações sob a condição de que só seriam divulgadas muito depois da sua morte, em 1994. As entrevistas aconteceram em sua casa, com Arthur Schlesinger, assessor da Casa Branca, historiador e amigo pessoal de JFK.
Segundo o livro "Jacqueline Kennedy: Historic conversations on life with John F. Kennedy", publicado esta quarta-feira, a primeira dama revelou que o marido não confiava no seu vice-presidente, nem sequer lhe reconhecia competência.
A escolha de Lyndon Johnson para a segunda figura mais importante do Governo norte-americano foi algo que JFK teve que aceitar por motivos de ordem política. Segundo as cassetes agora reveladas, era necessária a presença de um político do Sul do país na Casa Branca.
Martin Luther King, "um homem terrível"
O célebre defensor dos Direitos Humanos Martin Luther King é também um dos visados no livro. "Um homem terrível", disse Jackie Kennedy, citando o seu cunhado, Robert Kennedy.
No dia do funeral de JFK, "o senhor King gozou o cardeal Cushing e [Robert] disse que ele estava embriagado. Não conseguia ver uma fotografia de Martin Luther King em que não estivesse a beber. Aquele homem era terrível" - confessou Jackie Kennedy.
Já o presidente francês Charles de Gaulle foi descrito como um "egocêntrico" e "despeitado". E Indira Ghandi, então futura primeira-ministra indiana, era "uma mulher amargurada, um pouco agressiva e horrível", comentava JFK com a sua mulher.
Winston Churchill, que chegou a ser primeiro-ministro do Reino Unido por dois mandatos, foi "uma desilusão". Idolatrado por JFK ao longo de anos, o presidente dos EUA acabaria por conhecê-lo na fase final da sua vida, pelo que encontrou um "homem já muito ga-ga".
"Tive pena do Jack naquela noite, porque ele tinha finalmente conhecido o seu herói, mas já foi demasiado tarde", disse a primeira-dama.
Jacqueline Kennedy contou que o seu marido costumava brincar com as ameaças de assassinato que sofreu, sobretudo aquando da crise dos mísseis cubanos, em 1962. Ao contrário das mulheres de todos os políticos e generais, Jackie não quis abandonar o marido.
"Mesmo que não haja espaço no abrigo anti-bombas da Casa Branca, eu só quero ficar contigo e morrer contigo. E as crianças também".
Fonte: Jornal de Notícias
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