sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Austeridade vai provocar "recessão prolongada" na zona euro

A Europa até pode evitar uma "catástrofe", mas tem pela frente muitos anos de recessão, antecipa George Soros.

Para o multimilionário sair do euro tornaria mais fácil, para países como a Grécia ou Portugal, recuperar competitividade. "Seria mais fácil ganhar competitividade estando fora do euro, mas se estiverem dispostos a fazer os sacrifícios necessários também podem ficar", escreve Soros num artigo publicado na "The New York Review of Books". 

Soros continua dizendo que, em ambos os casos, o Fundo Europeu de Estabilização Financeira vai proteger os depósitos bancários e o FMI ajudar a recapitalizar o sistema financeiro.

George Soros considera também que "a possibilidade de uma bancarrota controlada - paga pelos outros países da zona euro e pelo FMI - iria oferecer à Grécia e a Portugal opções políticas" e, mais ainda, "iria acabar com o ciclo vicioso que está agora a ameaçar todos os países da zona euro com défices elevados", onde as medidas de austeridade estão a enfraquecer as perspectivas de crescimento. 

Devido aos sucessivos erros nas decisões políticas, Soros considera que "a Europa está condenada a uma série aparentemente interminável de crises", isto porque, explica, medidas que poderiam ter funcionado se tivessem sido adoptadas mais cedo acabam por se revelar inadequadas na altura em que se tornam politicamente possíveis. "Isto é a chave para compreender a crise do euro", argumenta.

Ao mesmo tempo, para Soros parece que "as autoridades chegaram ao final da estrada com a sua política de adiar sistematicamente uma decisão", mas o multimilionário nota que uma coisa é certa: mesmo que se possa evitar uma "catástrofe", "a pressão para reduzir os défices vai empurrar a zona euro para uma recessão prolongada".

Quando passam três anos da falência da Lehman Brothers, Soros afirma que a crise do euro é uma consequência directa do 'crash' de 2008 e indica que, quando o colosso financeiro dos EUA faliu há três anos, todo o sistema financeiro começou a colapsar e teve de ser colocado em "suporte artificial de vida".

Fonte: Económico

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