Agente Paulo Marques tinha casa com jacuzzi e piscina e um BMW topo de gama. Ficou em prisão preventiva.
De baixa há vários meses, Paulo Marques, agente da PSP do Seixal, decidiu enveredar pelo mundo do crime para ter a vida de luxo com que sempre sonhara. Através de ameaças, roubos e extorsões a empresários donos de vastas fortunas, conseguiu rapidamente comprar uma luxuosa casa com piscina e jacuzzi e adquirir ainda um BMW topo de gama.
Foi detido anteontem pela Unidade de Contra-Terrorismo da PJ, com mais nove ladrões, a maioria seguranças. Ficou em prisão preventiva juntamente com três cúmplices. Os restantes seis assaltantes, que formavam um grupo paralelo ao do agente da PSP, continuavam a ser ouvidos ao fecho desta edição.
Os assaltos começaram há vários meses, altura em que Paulo Marques se juntou a mais três ladrões. Entre eles Carlos Bruno, um segurança da noite que já actuava há pelo menos um ano com o outro gang formado por seis elementos e que foi também anteontem detido. O esquema dos dois gangs era em tudo semelhante. Apresentavam--se como polícias, faziam buscas às casas das vítimas, apreendiam objectos de valor e elevadas quantias em dinheiro, além de sequestrarem e de chantagearem os alvos, a maior parte empresários. Chegaram inclusive a fazer contravigilância a elementos da Polícia Judiciária quando perceberam que estavam sob a sua mira.
Os homens, que têm entre 30 e 45 anos, actuavam de uma forma extremamente violenta. Uma das vítimas, um empresário espanhol que foi aliciado para um encontro sexual, foi espancada. Os assaltantes, que roubaram um Jaguar e oito mil euros ao homem de 48 anos, partiram-lhe ainda os dentes a murro.
SEIS CONHECEM HOJE AS MEDIDAS
Seis dos ladrões que formavam um gang paralelo ao do agente da PSP começaram ontem a ser ouvidos no Tribunal de Instrução Criminal. No entanto, só hoje deverão ser conhecidas as medidas de coacção. Carlos Bruno, segurança, é o elemento indiciado por mais crimes, uma vez que era o elo que unia os dois grupos, e como tal cometeu diversos roubos.
DIZIAM SER DA BRIGADA DE DIAMANTES DA PSP
Vigiaram o ourives durante dias. Sabiam que aquele ia fazer um negócio com outro profissional e que transportava um saco com diamantes e artigos em ouro. Abordaram-no na rua, mostraram os crachás com uma rapidez que não lhe permitiu qualquer verificação, e mandaram-no acompanhá-los. Disseram que pertenciam à brigada de diamantes da PSP e que o estavam a investigar.
Já num local ‘seguro’, os suspeitos mandaram o homem entregar os objectos. Roubaram-lhe cerca de 15 mil euros e, face à sua resistência, ameaçaram-no com uma arma. Fizeram-no várias vezes, sempre da mesma forma.
A actuação violenta repetiu-se noutros roubos milionários. Andavam sempre fortemente armados, e à mínima reacção dos empresários não se coibiam de apontar as pistolas à cabeça das vítimas, ameaçando-as de morte. De referir que as mesmas ficaram muito assustadas com os assaltos de que foram alvo.
Fonte: Correio da Manhã
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