Investigadores espanhóis identificaram quatro genes-chave da leucemia linfática crónica, uma doença que atinge entre 500 e mil portugueses todos os anos, principalmente com mais de 60 anos. A descodificação do genoma é um passo importante no conhecimento da doença e pode abrir caminho para novos tratamentos.
O trabalho dos investigadores espanhóis da Universidade de Oviedo foi publicado na revista ‘Nature’. As conclusões da descoberta apontam para a ‘chave’, que parece estar em quatro genes.
Os investigadores identificaram o ADN de células cancerosas e de células sãs de quatro doentes que sofrem daquele tipo de leucemia, a mais comum nos países ocidentais.
Mediante ferramentas criadas para a investigação e graças a um novo algoritmo, designado Sidrón, os investigadores analisaram as alterações dos genes presentes em 363 pessoas com leucemia linfática crónica e identificaram quatro alterações recorrentes presentes entre dois a doze por cento dos doentes.
Um dos desafios da genética do cancro é determinar quais as mutações que têm um papel importante na origem do tumor. "A complexidade molecular da doença é esmagadora", diz López-Otín, da Universidade de Oviedo e um dos autores da investigação.
López-Otín diz que "a informação do genoma não representa ainda a cura rápida nem definitiva do cancro, mas a possibilidade de oferecer aos oncologistas todos os dados sobre cada tumor e cada paciente". A equipa de investigadores identificou até hoje 25 genomas e espera aumentar esse número.
DISCURSO DIRECTO
"TERAPIAS MAIS EFICAZES": Manuel Abecassis, dir. Unidade Transplantes IPO Lisboa
Correio da Manhã – Qual a importância da descodificação do genoma da leucemia linfática crónica?
Manuel Abecassis – O genoma da leucemia não bate certo. Só algumas alterações genéticas adquiridas é que são conhecidas e as outras [alterações] não se sabe muito bem qual o seu significado. A descoberta agora anunciada da descodificação dos genes permite abrir portas para novos tratamentos.
– É um passo importante no conhecimento da doença?
– É um avanço significativo para se conseguir novos tratamentos, com menos efeitos secundários e maior eficácia.
– Esta doença afecta muitos portugueses?
– Estima-se que entre 500 a mil portugueses adquirem a doença por ano em Portugal.
Fonte: Correio da Manhã
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