O programa da troika ainda agora arrancou e os efeitos da austeridade já estão a tomar proporções inéditas. Em Julho, o consumo privado em Portugal recuou 3,4%, a maior queda, pelo menos, desde 1978.
Segundo os dados de conjuntura divulgados esta manhã pelo Banco de Portugal (BdP), o indicador coincidente do consumo privado sofreu a oitava queda consecutiva. No mês anterior já tinha registado uma das maiores contracções de sempre, caindo 3,1%. Desde que o BdP começou a compilar estes dados (1978), nunca se tinha assistido a uma variação negativa tão drástica.
As várias medidas de austeridade, iniciadas pelo governo de José Sócrates e continuadas por Pedro Passos Coelho, têm reduzido o rendimento disponível das famílias, ao mesmo tempo que é criada a expectativa de ainda maior dureza no curto prazo.
Em particular, os aumentos dos preços dos transportes públicos, o corte no subsídio de Natal e a antecipação da subida do IVA na electricidade e no gás (antecipando-se mais aumentos até ao final do ano), conjugam-se com os anteriores cortes nos salários e congelamento de prestações sociais. Até ao final do ano, o governo estima que o consumo privado irá cair 4,5%.
Sacrifícios justificados pela exigência da troika de cumprimento das metas do défice que, para este ano, está fixada nos 5,9%. Segundo o INE, no primeiro trimestre o défice estava nos 7,7%.
A actividade económica segue a mesma tendência de queda, com uma queda de 1,6% no mês passado. Neste caso, também já são seis meses consecutivos a cair. Em Junho, o indicador coincidente da actividade económica tinha variado -1,3%.
Fonte: Dinheiro Vivo
Fonte: Dinheiro Vivo
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