terça-feira, 17 de maio de 2011

Exposição: Preços sobem 3500 vezes

Uma dezena de painéis iluminados e uma vitrina, juntos numa vintena de metros quadrados no átrio da entrada da Casa da Moeda, à avenida António José de Almeida, em Lisboa, valem por muitos estudos e lições de História.

Contam génese e vida da moeda da República e mostram como o custo de vida ficou 3500 vezes mais caro desde que o ministro José Relvas, o mesmo que proclamou o novo regime na varanda da Câmara de Lisboa, apostou no regresso de Portugal ao padrão ouro. Na prática, o escudo de 1911 vale hoje 17,50 euros.

A primeira das razões para criar a nova moeda, o escudo, teve a ver com a vontade de fazer desaparecer as efígies dos reis do dia-a-dia dos portugueses. Nuno Valério, professor do Instituto Superior de Engenharia e Gestão e autor da exposição, em colaboração com Maria Eugénia Mata, refere que o propósito foi retardado pela falta de metal para cunhar moedas, devido ao eclodir da I Guerra Mundial (1914-18). Constata por outro lado que a monarquia pensou numa reforma monetária em Março de 1910, com o anúncio do cruzado, que devia valer 400 réis. O 5 de Outubro acabou com o processo, mas há quem se lembre do cruzado ou 40 centavos com que se comprava uma carcaça.

O escudo republicano representou uma actualização mais audaz. Valia mil réis, e a sua criação marcou também a entrada da então nova energia eléctrica na produção de moeda em Portugal. Na Casa da Moeda da rua de São Paulo, duas laminadoras eléctricas passaram a trabalhar em paralelo com seis outras a vapor, um agitador substituiu a pá manual e uma serra eléctrica arrumou com o martelo-pilão. O torno de redução ou pantógrafo foi também electrificado. E assim continuou até hoje.

Fonte: Correio da Manhã

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Extensor peniano